25/09/2009

Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades


Escrevi um post sobre o problema das escutas e a luta do Presidente da República contra o PS/Governo, ou vice-versa, para influenciar o resultado destas eleições. Utilizei deliberadamente um tom duro e que deixava pouca margem entre as desonestidades de uns e as falsidades de outros.
Ontem ao ouvir a Quadratura do Círculo, da SIC Notícias, achei que o que tinha escrito era uma conversa de anjos, comparada com o que aqueles senhores disseram no programa.
Lobo Xavier mais informado, por ser da administração do Público, foi dizendo coisas espantosas, que, penso eu, sejam todas verdadeiras. Assim, o e-mail enviado para a Madeira existia e tinha aquele conteúdo. Bem pôde o José Manuel Fernandes andar a dizer que era falso ou outros a garantirem que era truncado, ficámos agora a saber que nada disso era verdade.
Segundo, houve uma “toupeira” – expressão do Lobo Xavier – dentro da redacção do Público, que passou cá para fora o e-mail de um colega e foi entregá-lo a alguém (?), que o levou a uma agência de comunicação, que segundo Pacheco Pereira trabalha para o PS. Pelo contrário, António Costa (AC) defendia que se devia prestar uma homenagem ao jornalista desconhecido que tinha conseguido restituir a dignidade a um jornal, que já tinha sido de referência. Isto foi dito, não estou a inventar.
Pacheco Pereira garantia que a agência de comunicação tentou colocar o e-mail em várias redacções de jornais, tendo o Expresso recusado a sua publicação.
Estas foram as revelações mais importantes, que permitiam a Pacheco Pereira (PP) deduzir que o PS tinha montado esta tramóia para atacar o PSD. António Costa, com ar de santo, a expressão não é minha, é do PP, garantia que os socialistas nada tinham feito, o PSD é que cavalgou a onda, o que é verdade, alimentando durante um dia a versão do Director do Público, quando afirmou que tinha sido escutado pelos serviços secretos. Mas mais, dizia sem se rir, que nem lhe passava pela cabeça que Cavaco Silva estivesse a par do assunto ou fosse responsável pelo conteúdo do e-mail. O que permitiu a Pacheco Pereira dizer que se AC estivesse ligado a um detector de mentiras, o ponteiro estaria em alta.

Não vos maço mais com esta história, só retiraria a afirmação espantosa de Pacheco Pereira de que esta tramóia servia, entre outras coisas, para fragilizar o PR, de modo a este não impedir uma aliança do PS com o Bloco de Esquerda. Este tema foi igualmente referido por Alberto João Jardim, num comício na Madeira, que, de dedo em riste, intimou o PR a garantir que proibiria a entrada do Bloco, esses comunistas, na área do Governo. Como o intelectual erudito e o populista boçal estão de acordo em relação ao Bloco.

Assim vai a campanha eleitoral.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Pacheco Pereira garantia que a agência de comunicação tentou colocar o e-mail em várias redacções de jornais, tendo o Expresso recusado a sua publicação."

Agora se compreende o papel de Louçã nesta história decadente: foi ele que aceitou esse papel de alcoviteira e lebre na TV de Balsemão. Porque os outros recusaram.