24/02/2012

Já temos o problema resolvido! Merkel na Madeira


Enviaram-me esta gracinha. Quero partilhá-la com os meus leitores.

23/02/2012

José Afonso - A morte saiu à rua



Passam hoje 25 anos sobre a morte de Zeca Afonso. Canção dedicada ao pintor José Dias Coelho assassinado, em 1961, pela PIDE.

22/02/2012

A intolerância de ponto

Fui buscar o termo intolerância ao Telejornal, da RTP 1. Mesmo nestes tempos de censura ou de beija-mão ao poder “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não". De facto não esperava ouvir esta frase na televisão pública.

Mas não é isto que me trás aqui. Como todos sabem o Governo não deu tolerância de ponto aos funcionários públicos. Como isto não conseguiu, no entanto, pôr o país a trabalhar, mas incomodou muita gente que, por esse motivo, se viu obrigada a ter que ir ao serviço. Quem frequentou o espaço público percebeu que os seus utentes eram em muito menor número do que num  dia útil normal, o que significa que a maioria dos trabalhadores não foi ao seu local de trabalho e aproveitou para passar o dia em casa.

Mas o que é mais importante, e que quero realçar aqui, são as contradições da decisão do Governo. Como todos já sabem, o calendário escolar foi marcado com grande antecedência e reservou para estes dias a pausa do Carnaval. Parece que obrigou alguns professores a irem às escolas, mas os alunos puderam ficar em casa. Primeira falha do Governo.

Soube, no entanto, hoje de uma história semelhante, com a intervenção do um departamento do estado. Parece que, com seis meses de antecedência, o INFARMED exige das farmácias que lhe comuniquem os feriados em que fecham, provavelmente por causa dos turnos, para verificar quais aquelas que estão de serviço ou de atendimento permanente durante esse dia. Ora o Carnaval funciona neste caso como feriado móvel.

Assim, quando ontem me dirigia para uma farmácia verifiquei que ela estava fechada e pensei para comigo ora estes não cumpriram as ordens do primeiro-ministro. Hoje quando lá voltei, perguntei: "então ontem estiveram fechados". A resposta que obtive foi: "por ordem do INFARMED".

Deste modo verifiquei que por muito que o Governo pretenda há última da hora, para troika ver, pôr os portugueses a cumprirem as suas determinações, há sempre contradições insanáveis que lhe tolhem a vontade.

19/02/2012

Max Keiser: Aproxima-se um holocausto financeiro enquanto a Alemanha ataca a Grécia




Enviaram-me este vídeo. Vale a pena ver.

15/02/2012

Governo prepara encurtamento da Páscoa: Jesus Cristo morre crucificado e ressuscita no mesmo dia

Enviaram-me esta gracinha, quis compartilhá-la com os meus leitores:

"Depois de ter acabado com o Corpo de Deus, 15 de Agosto, 5 de Outubro, 1 de Dezembro e de não ter dado tolerância de ponto aos funcionários públicos no Carnaval, Passos Coelho prepara uma pequena alteração ao ano litúrgico, nomeadamente a Semana Santa, de forma a obter uma versão da Páscoa mais adaptada a um país que quer ser mais competitivo. “A Última Ceia a uma quinta-feira é coisa de garoto mimado e irresponsável que chula os pais e o Estado. Acabou-se a Sexta-Feira Santa e a Última Ceia passa a lanche ajantarado no sábado até às 23 horas, no máximo. Domingo de Páscoa passa a ser o dia do julgamento, paixão, crucificação, morte, sepultura e ressurreição. Também Jesus Cristo tem de deixar de ser piegas!”, revelou Passos Coelho."

Quadro: Ecce Homo, mestre desconhecido, Portugal, segunda metade do século XVI (segundo protótipo do século XV), Museu Nacional de Arte Antiga.

13/02/2012

Um colunista petulante

Neste último fim-de-semana Miguel Sousa Tavares (MST), na coluna que mantém semanalmente no Expresso (sem link), resolveu referir-se a uma série de acontecimentos que tinham decorrido durante a semana. Todos eles constituem aquilo que MST considera a indignação politicamente correcta e por isso se insurge contra as vozes que manifestaram a sua crítica a alguns dos factos que ele assinala.

Os dois primeiros referem-se às críticas que o Presidente do Parlamento Europeu e a Sr.ª Merkel endereçaram, respectivamente, a Portugal, e à sua politica de ir buscar dinheiro a Angola, e à Madeira pela má aplicação dos fundos comunitários. Em qualquer dos casos MST acha justas as críticas referidas. Neste post não irei discutir este assunto.

A seguir vem a posição da Associação dos Oficiais das Forças Armadas em relação às declarações de Aguiar Branco, Ministro da Defesa. Aqui critica violentamente aquela posição proferindo uma série de dislates que também não irei comentar. No final refere-se igualmente à crítica de António José Seguro a Vasco Graça Moura, defendendo a posição sobre o Acordo Ortográfico que este tomou no Centro Cultural de Belém.

Se a dois dos assuntos sou indiferente, já a posição sobre as declarações da S.ª Merkel e sobre os militares me parecem profundamente descabidas, e as últimas mesmo profundamente reaccionárias. Mas, o mais grave é a abordagem que faz da frase de Passos Coelho sobre “os piegas”. MST leva completamente à letra a intervenção do primeiro-ministro, achando que ele estava só a referir-se aos coitadinhos dos alunos e não ao conjunto do país. A propósito do tema refere mesmo um episódio da sua vida pessoal, de aluno de escola pública no Marão, em que faz a descrição das virtudes da escola de antanho, com frio e gelo, sem refeitório, nem pavilhão desportivo e muito menos aquecimentos. Pobre MST que não consegue perceber que tudo isto resultava a extrema pobreza do país e que se se conseguiu, passados estes anos, alguma melhoria significativa nas condições das escolas, isso se deve ao 25 de Abril e ao crescimento económica que se verificou daí para cá.

Mas o mais grave disto tudo não é esta descrição das virtudes da miséria, é que deliberadamente ou por pura incompetência não se deu ao trabalho de ler todo o discurso que Passos Coelho fez numa escola em Odivelas. Basta comparar o que escreveu Pacheco Pereira no Público ou o que disse Marcelo Rebelo de Sousa na TVI  (ao minuto 12m 47s) para se perceber que não estamos a falar do mesmo discurso ou então MST quer-nos comer por parvos. Qualquer daqueles dois comentadores, mas de longe muito melhor a coluna de Pacheco Pereira, fala-nos da totalidade do discurso e do seu tom. Tenham os meus leitores o cuidado de os ouvir ou ler e perceberão do que estou a falar.

11/02/2012

O Padrinho alemão

Nunca tinha visto um governante português tão curvado perante um representante de um governo estrangeiro, talvez porque estas cenas raramente são filmadas, como aquela que presenciei na televisão do nosso ministro das finanças a prestar vassalagem ao seu homólogo alemão. A cena era digna do filme O Padrinho, o nosso governante quase beijava as mãos ao padrinho alemão que lhe tinha concedido uma pequena audiência para lhe dar conta que o seu pedido tinha sido atendido.

Não sou nada patrioteiro em relação às posições de outros dirigentes estrangeiros que comentam a nossa vida política, mas este pequeno encontro, pelo menos na televisão, é sinónimo que já temos a nossa espinha muito curvada de tanta pedinchice.

Este encontro já foi glosado de todas as maneiras, já pouco mais há a dizer sobre ele, a única coisa que verdadeiramente me indignou foi a atitude, porque o mais já se suspeitava. Era já previsível, pelas notícias saídas na imprensa estrangeira, que o nosso Governo teria que pedir uma reestruturação da dívida pública, quer aumentando o prazo de pagamento quer pedindo mais dinheiro emprestado. Nesse sentido não estamos perante uma surpresa. Não sabíamos é que a conversa já ia tão adiantada e que os alemães estariam dispostos, depois de resolvida a crise grega, de nos conceder essa reestruturação. O grave é não sabermos como vai ser resolvida a crise grega, nem sequer se será resolvida.

Os desmentidos subsequentes àquela conversa fazem parte das encenações que normalmente acompanham estas inconfidências. Ninguém poderia manter que o ministro alemão já nos tinha prometido a reestruturação da dívida contra a opinião do seu Parlamento e da sua opinião pública, nem o Governo português poderia dizer agora, depois de durante tanto tempo andar a dizer o contrário, que estava a pedir a reestruturação da dívida.

E sobre este assunto desagradável parece-me que está tudo dito.

09/02/2012

Manifestação de 11 de Fevereiro


A concentração promovida pela CGTP para Sábado dia 11 de Fevereiro é um importante momento de luta contra o Governo da Troika e a austeridade que destrói a economia do país. O acordo feito entre o patronato e o governo, iniciou uma fase de destruição de direitos sociais e de ataque à vida dos trabalhadores, que já se faz sentir no aumento do preço dos transportes, no aumento do preço dos medicamentos, na redução dos apoios sociais, no aumento dos impostos e em consequência no disparar do nível de desemprego. O ano de 2012 será certamente marcado pelo agravamento das medidas austeridade mas também pelo engrossar contestação social, da resistência e do protesto popular.

No dia 11 de Fevereiro, saímos todos à rua para afirmar que rejeitamos o caminho da Grécia e que temos força para combater o Governo da Troika.

Contamos com uma grande participação bloquista!

Ponto de encontro: Sede Palmeiras 15h

08/02/2012

Um dia de trabalho carnavalesco

Já em dois posts anteriores (ver aqui e aqui) critiquei todos aqueles que tinham desencadeado uma campanha contra a tolerância de ponto que foi dada na tarde de quinta-feira Santa. Intitulei mesmo o primeiro post de Demagogia Ordinária. Por isso, venho agora insurgir-me contra a retirada da tolerância de ponto no dia de Carnaval.

Para mim o problema central destas tolerâncias de ponto é que eram “feriados” concedidos aos trabalhadores da função pública, que não estavam inscritos em qualquer acordo de contratação colectiva, que não existe para este tipo de trabalhadores, mas com o mesmo valor do que os que regulamentam o privado.

Ainda agora, quando o primeiro-ministro falou da supressão da tolerância de ponto neste Carnaval, foram lembrados um conjunto de empresas e sectores onde a contratação colectiva estabelecia como dia de descanso obrigatório aquele dia. Por esse motivo, quer o dia de Carnaval, quer a tarde quinta-feira Santa, quer a véspera do Natal são tolerâncias de ponto que faziam parte do acordo implícito que vigorava na função pública.

Tudo o que consista em retirar esses dias é obrigar os funcionários públicos a trabalharem mais horas pelo mesmo dinheiro. Tudo o mais é paisagem que pretende fugir ao essencial. O mesmo se aplica inevitavelmente aos quatro feriados que foram suprimidos no calendário. Para além do significado histórico de dois deles, o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro, e do discutível sentido dos dois religiosos, o do Corpo de Deus, feriado móvel entre finais de Maio e Junho, e o da Assunção de Nossa Senhora, a 15 de Agosto, a verdade é que a sua supressão corresponde a trabalhar mais quatro dias durante o ano. Se acrescentarmos agora a supressão da tolerância de ponto no Carnaval e provavelmente de todas as outras, estão ver os dias que os funcionários públicos trabalham a mais, recebendo, como se sabe, menos ordenado. É para estas coisas que alguns economistas pimpões, que opinam nos nossos media, deviam olhar: trabalhar mais por menos dinheiro.

Resta depois a revolta nacional. Quando foi Cavaco Silva a decretar, no ano de 1993, esta medida, houve de facto uma revolta nacional que chegou à Assembleia da República que não se reuniu nesse dia. Hoje, pelo menos, as duas principais Câmaras do país dão tolerância de ponto nesse dia, para além de um conjunto de outras Câmaras que realizam festejos de Carnaval. Quanto à Assembleia da República ainda não sabemos, esperemos que não haja reunião plenária.

06/02/2012

Ana Drago responde a deputado do PSD no Parlamento




Enviaram-me este vídeo. Como achei interessante partilhá-lo com os meus leitores, aqui vai.

Ana Drago responde ao dirigente da jota do PSD que tinha vindo defender o direito dos mais novos a correrem com os mais velhos para arranjarem emprego. A resposta é certeira.

05/02/2012

A TDT, um roubo aos telespectadores mais desprotegidos

No dia 1, quando me preparava para comprar uma televisão, por outras razões que nada tinham a ver com o apagão analógico que se verificou nesse dia na região de Lisboa e no Barlavento algarvio, entrou pela loja dentro uma mulher esbaforida porque tinha ficado nesse dia sem ver televisão. O aparelho tinha sido adquirido naquele estabelecimento há dois dias. Um empregado, com alguma paciência, foi-lhe dizendo que talvez ela não tivesse os canais bem sintonizados ou que a antena não estivesse direccionada devidamente. Vim-me embora e nesse mesmo dia telefona um familiar da minha mulher a dizer-lhe que uma tia, já com noventa anos, tinha ficado sem ver televisão e que ele já tinha providenciado a instalação do Meo, porque o técnico que arranja as antenas demoraria quinze dias a ir lá, coisa incomportável para uma senhora daquela idade, que o único entretém que tem é ver televisão. A minha mulher achou que era um desperdício de dinheiro fazer uma assinatura do Meo para uma pessoa que toda a sua vida se tinha habituado a ver unicamente quatro canais e não queria mais do que isso. Parece que se arranjou um técnico que foi mais rapidamente a sua casa. É bom que se esclareça que a televisão era nova, porque a anterior já não tinha possibilidades, de acordo com as informações prestadas no anúncio da RTP, de se lhe adaptar um descodificador.

Toda esta prosa tem unicamente a finalidade de vos garantir por experiências vividas por mim o que tem sido o apagão analógico na região de Lisboa, pior com certeza será no Algarve serrano, como os jornais já têm noticiado.

Para todos aqueles que têm televisão paga e mais uma série de serviços a ela acoplados é difícil perceber o que esta passagem para o digital custou às pessoas de menores recursos económicos. Porque não foi só o gasto com o descodificador, foi quase sempre a necessidade de orientar de novo as antenas ou fazer uma nova sintonização, isto para não falar dos casos do interior do país onde a transferência do analógico para o digital deixou as famílias sem televisão, obrigando-as a montar uma antena parabólica.

E qual foi a vantagem obtida pelas pessoas? Uma melhor imagem? Mas que é que isso interessa. Eu quase que tenho a certeza de que essa não era a preocupação dominante. Mais canais para ver gratuitamente? Nem pensar, porque isso era o negócio da TV por cabo. Ficou-se com os mesmos quatro canais, entregou-se a instalação do digital ao inimigo, ou seja à PT, que estava interessada em aumentar o número de assinaturas,  favoreceu-se o negócio das lojas de electrodomésticos e dos técnicos de televisão e obrigou-se as pessoas a gastar muito mais dinheiro do que aquele que era propagandeado.

Os telespectadores mais afectados foram os mais desfavorecidos, principalmente os idosos, porque eram aqueles que viam a televisão tradicional e têm dificuldade de em poucos dias despender as importâncias que são exigidas pela mudança de sinal. E mais, são aqueles que dificilmente compreenderão o que tecnicamente se está a passar e poderem rapidamente arranjar as melhores soluções para os problemas que são levantados pelo apagão. Mesmo o recurso ao apoio aos mais necessitados, tão propagandeado, deve exigir uma burocracia imensa e não cobre todas as despesas.

Já agora, queria recordar que não há muito tempo se deu a transferência para o gás da cidade, quem pagou os seus custos foi a companhia responsável por essa mudança. Ainda ganhei um fogão novo. Mas, recordo-me, que na minha infância, quando se passou da rede de 110 V para a rede de 220 V, foi a companhia de electricidade que igualmente aguentou com os custos. É evidente que em qualquer destes casos as companhias queriam manter a fidelidade dos seus consumidores, enquanto aqui, como a televisão é de graça, já que não há taxa explícita, foram os telespectadores que pagaram. Mais um roubo aos utentes do serviço de TV.

PS.: (08/02/11). A adaptação da antena do prédio onde morava a tia da minha mulher à TDT custou ao condomínio a bonita soma de 500,00 €. Por aqui se vê como é uma fraude dizer-se que só basta comprar o adaptador. É necessário, por vezes, adquirir uma televisão nova, como neste caso, o adaptador e reorientar a antena que, muitas vezes, por estar velha, precisa de peças novas. É isto que o contribuinte tem que pagar.

02/02/2012

A grande loja laranja



Enviaram-me este vídeo. Para além da graça política é também uma  homenagem à grande saga de Francis Ford Coppola, O Padrinho.

A PSP à procura de obscenidades

Hoje enviaram-me esta notícia. Podem abrir o link e ver um vídeo com a intervenção que a vereadora da Câmara de Odivelas, Maria da Luz Nogueira, fez na reunião da Câmara, a 25 de Janeiro de 2012, sobre um tema que eu nem imaginava que pudesse ser possível depois do 25 de Abril.

A história é simples. Um conjunto de cidadãos, utentes da carreira 36, concentrou-se em Odivelas, manifestando o seu desagrado pela supressão da mesma. A polícia quando chegou pediu a identificação de um dos manifestantes. Até aí a vereadora achou normal, mas depois exigiu ver os cartazes da manifestação para se certificar que não tinham termos obscenos. Interpelada pelo cidadão identificado disse que eram ordens superiores.

Só me lembra de ver isto antes do 25 de Abril, quando PSP, PIDE e GNR faziam censura nas sessões de esclarecimento que a Oposição fazia por altura das eleições, farsa que o regime fascista organizava de quatro em quatro anos. Normalmente alguém da autoridade estava presente e impedia os oradores, por exemplo, de falarem sobre a guerra colonial. No presente, a PSP só está preocupada com as obscenidades, mas se não denunciarmos esta escalada, podemos tê-la a controlar se dizemos mal do Passos Coelho ou de S. Ex.ª o Presidente da República (com todo os respeitinho).

Onde chegámos, só não percebi a que partido pertencia a vereadora. Acho que isto deve ser denunciado na Assembleia da República.