24/09/2009

Aos medrosos e medricas


Na hora a que estou a escrever este post todas as sondagens indicam que o PS vai ganhar por uma maioria relativamente confortável. Uma atribui-lhe 40%, outras duas 38%. O PSD está derrotado e foi derrotado por incompetência da sua chefe, que se enredou nos temas menos apropriados para estas eleições, mas acima de tudo porque Sócrates e o seu grupo têm um claro domínio da comunicação social. Souberam em tempo oportuno enlear a sua opositora nos labirintos que criou e lançaram para a campanha, com biscas oportunamente colocadas nos jornais, temas que verdadeiramente assassinavam os seus adversários.
Estamos pois perante um Primeiro-ministro e um grupo de dirigentes do PS que depressa se recompuseram da derrota que sofreram nas europeias e que retomam, com uma agressividade mais virulenta, o seu domínio e controlo da sociedade portuguesa. Não nos ponhamos a pau e vamos ter novamente as mesmas políticas e a mesma agressividade que durante quatro anos assombrou este país.
Por isso, todos aqueles que após as eleições europeias acordaram cheios de medo, ai que aí vem a direita, e lembravam que pela primeira vez poderíamos ter uma maioria e um Presidente de direita, enganaram -se redondamente. O pior é que se serviram disso para o apelo ao voto útil no PS e tentaram forçar as forças à esquerda do PS a desarmarem-se para apoiar ou defender propostas de união com Sócrates. Só mostraram ou que eram actores passivos da estratégia socratista ou exibiam um desusado medo por uma coisa que ainda não tinha sucedido e, como se há-de ver, não irá suceder. O que não significa que não estejam mais uma vez a preparar nos bastidores novas conciliações e novos compromissos que serviriam como sempre o PS de Sócrates. Estejamos por isso de pé atrás perante o canto melífluo destas sereias.

Hoje José Neves escreveu mais uma vez um post com humor no Cinco Dias. Reza assim: “não deixa de ser divertido que, uma vez eliminada a hipótese de uma vitória do PSD, e colocando-se a hipótese de uma nova maioria absoluta Sócrates, o voto “útil” à esquerda acabe por ser o voto no PCP e no BE, a fim de impedir a maioria absoluta e de criar condições para um governo Sócrates um pouquinho mais à esquerda.”

Eu, por mim, voto útil no Bloco de Esquerda.

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