07/09/2009

O impasse do conservadorismo nacional – I


Já foi publicado um post de Miguel Cardina sobre o artigo de José Pacheco Pereira (JPP), Debate Louçã – Jerónimo: O Impasse da Esquerda Revolucionária, publicado no Público, de Sábado passado. Esperando dizer coisas novas, aqui vai a minha reflexão pessoal sobre o tema.
Pacheco Pereira, por razões do seu trabalho como historiador, tem mantido com o PCP relações de amor-ódio, que por vezes chegam mesmo ao elogio ou, pelo menos, à sua defesa. Nesse sentido é manifesto uma maior complacência de JPP pelas posições do PCP do que pelas do Bloco. Mas este facto, que no caso de JPP poderá simplesmente coincidir com os seus interesses profissionais, tem expressão significativa num conjunto vasto de comentadores de direita.
E porquê? Quanto a mim, neste momento o PCP, depois da queda do Muro de Berlim e do desabar do mundo do “socialismo real”, desperta pouco receio na direita portuguesa. Estamos longe do ódio e do silenciamento com que o PCP foi tratado depois do 25 de Novembro de 1975, principalmente a quando dos Governos do PS, sozinho ou acompanhado, e da Aliança Democrática. Soares Carneiro, com a arrogância de todos os generais fascistas, chegou a afirmar que se ganhasse as eleições para Presidente da República permitiria a existência legal do PCP e que essa seria a melhor maneira de o aniquilar.
Hoje, o PCP, ainda mantendo o mesmo espírito dessa época, continua a gritar que é ele o mais perseguido e o mais mal tratado na comunicação social. Penso que isso já não corresponde à realidade. É que hoje a Festa do Avante, os comícios do PCP e as opiniões do mesmo são vistas pelos media dominantes, por uma lado, como aquele turista que visita a reserva de índios, achando-lhes muita graça, mas que não se quer misturar com eles, e por outro como um património importante do nosso passado político, em que se mostram os heróis, quando eles já estão mortos e não podem voltar a agir. No entanto, é bom que se diga que a ofensiva ideológica contra o comunismo não esmoreceu, quer internacional quer nacionalmente. Com certa regularidade são publicados livros a demonstrar quão terríveis eram aquela ideologia e a experiência que dela se podia retirar. Mas isto é outro tema.
Já agora, porque vem a talho de foice, quando ontem no debate entre Manuela Ferreira Leite (MFL) e Francisco Louçã, aquela falou que as nacionalizações do pós 25 de Abril tinham arrasado o tecido produtivo português e que, por isso, já se sabia no que dariam as actuais propostas do Bloco, todos os comentadores das televisões informativas (ver o post anterior), com aquele sorriso alvar que caracteriza a direita, acharam que tinha sido a melhor intervenção de MFL. Ou seja, o PREC ainda mete medo à nossa direita.
Podemos dizer que o artigo do JPP é todo ele contra o Bloco, tema que já não é novo naquele articulista e que demonstra que este partido pode ser na conjuntura actual, ao contrário do que pensa o PCP, aquele que maiores engulhos trará ao cinzento quotidiano da política portuguesa.
Como já afirmei em post anterior, o Bloco pode ser, se para isso tiver capacidade e agilidade, a força política capaz de desbloquear o círculo vicioso em que se tem movido nos últimos anos a esquerda portuguesa, com um Partido Socialista a mostrar-se de esquerda quando está na oposição ou, como agora, em véspera das eleições, e a ser de direita quando está no Governo, e um PCP bloqueado, que mantém a sua identidade para não perder votos e a não poder ganhá-los porque a conserva. O Bloco aparece, à esquerda, como a força que é capaz de captar todos aqueles que no PS ansiavam por uma política de esquerda, mas que não se reviam no PCP, alguns comunistas que desejavam uma modificação na esquerda portuguesa ou no conjunto de independentes que flutuavam nesta área política.
No artigo seguinte prometo que, com mais rigor e menos subjectividade, fazer a apreciação da crítica que JPP faz ao Bloco e ao PCP.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não deveria estar a meditar sobre 'pq é q os media são de grandes capitalistas e,a classe que produz não tem um único órgão de informação'?É isto o pluralismo?mas,afinal é como na ex-URSS em q não havia jornais q fossem porta-vozes dos gangs privados.
Sobre o seu camarada(oops!desculpe) e a sua raiva ao marxismo-leninismo deveria debater isso e dizer,de sua justiça,se a teoria deveria ser aquela de Jesus Cristo ou então se orientam por critérios de astrologia para levar a cabo as lutasdos explorados(oops!sorry,again).

operário chegado da Festa do Avante! disse...

-De volta de mais uma grandiosa FESTA DO AVANTE.
-Foi bonita a festa pá!
-Viva a FESTA DO AVANTE VIVA O GLORIOSO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS.

-O setôr tá irritado.

-Atão não é que os amigos e amas secas do Berloques de esquerda não querem andar com acriança ao colo. Grandes malandros. patifes que querem deixar o orfãozinho do Xico sem achupate dos grandes meios de comunicação e seus comentadores de oficiais e oficiosos ....
Não lhe adianta nada estrebuchar caro doutor -como diria o outro "é a vida." O senhor já tem idade suficiente para perceber como elas se fazem. -Os senhores do grande capital que são os mesmos dos meios de comunicação já perceberam que o "cavalo BE" é fraquinho não tem pernas nem caixa da ar suficiente para destruir o PCP. Essa é que é essa! E é por perceber isto que o setôr tá irritado.
Pois é caro setôr eles deram vos um tempo para mostrarem daquilo que eram capazes e os BÉS- falharam - Por tanto o Sinal esta sendo dado meninos e avozinhos do BÉS, começou o principio do fim do Colinho - A promoção a borla... andem pelos vossos pés se os tiverem.
-Mas deixew que lhe diga o senhor é um pandigo então o grande capital já não lhe assusta o PCP.???-É do BE que eles tem medo. Está está muito boa podia o setôr vende-lá a qualquer humorista da nossa praça era sucesso garantido.

operário pronto para um porta a porta. disse...

Sondagens do Patrão
-Colinho com biberão com leitinho quentinho é, pró menino e prá menina. o chiquinho tá satisfeito... oferta da markteste e do económico. Para este fim de semana e resto da campanha.
Oferta do Balsemão e Cia.
-Ora diga-lá se não são amiginhos eh.