13/11/2009

O mundo avança e eu a discutir o meu umbigo


Passei dois dias a escrevinhar sobre, primeiro, as minhas visitas ao Muro e, depois, a fazer a história das chamadas Democracias Populares.
Não li nada do que se foi escrevendo sobre o assunto e agora, passados estes dias, descubro que quase todos os blogs de referência se pronunciaram e, como vai sendo costume, o 5 Dias até discutiu entre si.
Porque estou convencido que ainda tenho coisas a dizer, aqui vão mais umas tantas reflexões sobre o tema

É interessante seguir a discussão na blogosfera, e vou só referir-me a alguns posts. O do Daniel de Oliveira, no Arrastão e os de Bruno Sena Martins, Ricardo Noronha, Carlos Vidal, Nuno Ramos de Almeida, Zé Neves, Tiago Mota Saraiva, todos no 5 Dias e, por último, um post de Miguel Serras Pereira, inserido no blog de Joana Lopes, Entre as Brumas da Memória. Só dois pequenos apontamentos. O primeiro, como, de certeza, Joana Lopes faz um apertado controlo dos comentários, consegue na respectiva caixa um nível de discussão bastante elevado. O segundo, é que não me abalançarei neste post a analisar pormenorizadamente cada um deles. Limitar-me-ei a algumas reflexões avulsas.

Fica-se com a ideia depois de ler tudo aquilo que se escreveu nos blogs que a discussão é mais moral do que política e, na maioria dos casos foge da História, com H maiúsculo, “como o diabo foge da cruz”, salvo seja. Alguns acrescentam-lhe alguma discussão teórica, mas de um modo geral evitaram confrontar-se com o real histórico. Não pretendo ser melhor, mas para mim a análise da queda do Muro de Berlim e o carácter simbólico que teve, com fim de um bloco militar e político, só pode ser analisada no seu devir histórico e não por padrões éticos ou que reflictam simplesmente uma opção ideológica.

I – Como se sabe o bolchevismo era o ramo de esquerda da social-democracia russa, que por sua vez estava integrada no movimento social-democrata europeu, agrupado na II Internacional. A falência desta, dada a participação dos partidos aderentes nos Governos de unidade nacional, que desencadearam a I Guerra Mundial levou à divisão da social-democracia em correntes de direita e de esquerda. Na Rússia esta separação era já anterior a esta situação, mas a defesa da continuação da Rússia na Guerra por parte dos mencheviques, a corrente de direita, e a sua recusa, por parte dos bolcheviques, foi uma das razões do desencadear da Revolução de Outubro. Durante a Guerra, a ala esquerda dos partidos sociais-democratas foi-se separando do partido mãe, dando mais tarde origem aos partidos comunistas da III Internacional. Foi a sua adesão a esta que obrigou todos eles a mudarem o nome de sociais-democratas para comunistas.
Quero eu com isto dizer que existe um tronco comum entre a social-democracia e o comunismo. Eu sei que isto se passou há cem anos, que hoje tem pouco sentido falar da história desta divisão, mas parece-me demasiado forçado separar tão rigidamente os partidos que se reclamam da social-democracia, do socialismo, se se quiser adoptar a terminologia do Sul da Europa, e os comunistas. Em dadas circunstâncias históricas, como foi a época das Frentes Populares ou durante e pouco tempo após a II Guerra Mundial, houve sérios movimentos de aproximação. Nesse sentido, tanto Daniel de Oliveira ou Miguel Serras Pereira não deveriam fazer separações tão rígidas. Não há nenhuma muralha da China a separar aquelas duas correntes. Por isso, em alguns casos, já nossos contemporâneos, as duas se aliaram

II – A Revolução de Outubro foi sem dúvida uma tentativa vitoriosa de transformar o real, de acelerar a história, de dar o poder às classes não privilegiadas. Teve uma repercussão mundial importante e permitiu de modo insofismável formar em quase todos os países então existentes partidos comunistas ligados à classe operária. Isto é um facto histórico indiscutível e perdurará na história da humanidade.
Os revolucionários de Outubro estavam convencidos que a sua Revolução iria triunfar na maioria dos países da Europa Ocidental, principalmente na Alemanha. E até muito tarde acreditaram nessa possibilidade e foi a sua derrota no ocidente que obrigou a virarem-se para a Rússia atrasada e camponesa, o que teve consequências trágicas. Daí ser importante, ler o que Gramsci disse (ver aqui) sobre as sociedades orientais e ocidentais e a situação do Estado em cada uma delas. Isto remeto-nos para as fantasias do real, de que fala Carlos Vital. A discussão não é entre os revolucionários que querem pôr em prática a sua revolução e os utopistas que sonham com coisas irrealizáveis. A discussão é como é possível no Ocidente conseguir as transformações práticas necessárias à alteração da sociedade e daí a proposta gramsciana da “guerra de posição”, da “conquista da hegemonia” e da formação de blocos históricos que possam “dirigir” a sociedade.

III – Por razões intrínsecas à própria sociedade russa, dá-se a vitória de uma das correntes dos bolcheviques sobre todas as outras. É a derrota da NEP, Nova Política Económica, e dos seus defensores como Bukharine, é a vitória de Estaline contra os desejos de Lenine, é a colectivização forçada, naquilo que Estaline considerou a “revolução por cima”, e a consequente industrialização com trabalho quase escravo. A vitória desta facção transformou a União Soviética não num país socialista, em que os trabalhadores se auto-governavam, mas numa ditadura negra, que começa por eliminar as outras correntes comunistas, para depois, numa sangria imparável, levar os próprios adeptos de Estaline. No entanto, é bom que se diga como o afirma Moshe Lewin, O que foi sistema soviético*, que um dos erros de apreciação da União Soviética “consiste em estalinizar todos o fenómeno soviético, como se ele tivesse sido um Gulag gigante desde o início até ao fim”. Khrushchov, quando em 1956 denuncia o estalinismo, inicia uma nova época na URSS. A situação altera-se e os campos de trabalho forçado (Gulag) são abertos. Podem os críticos actuais, sem qualquer perspectiva histórica, dizer que foi sempre assim, eu diria que não e nesta análise encontro muitos historiadores sérios, como Moshe Lewin (ver O Século Soviético, Campo da Comunicação, 2004, tradução do Miguel Serras Pereira). Isto não quer dizer que a sociedade soviética fosse socialista, era segundo Moshe Lewin, no artigo citado, um “absolutismo burocrático”, muito inspirado no seu passado czarista. Mas é com a perícia do entomologista, que classifica e analisa a realidade, que esta sociedade tem que ser observada. Não é como afirma Moshe Lewin, no já refrido artigo , “tomar o anticomunismo como linha condutora para o estudo da União Soviética”… “O anticomunismo (e as suas vertentes) não é um conhecimento histórico: é uma ideologia mascarada. Não apenas não corresponde à realidade do “animal político” em questão, mas empunha a bandeira da democracia paradoxalmente: explorando o autoritarismo do regime da União Soviética em prol de causas conservadoras ou piores”. Depois enumera dois exemplos: o do macarthismo nos Estados Unidos, ou da direita alemã que “visando limpar a imagem de Hitler ao colocar em primeiro plano as atrocidades cometidas por Estaline acarreta um uso abusivo da história”. E termina “em defesa dos direitos humanos o Ocidente provou alta indulgência para alguns regimes e bastante severidade para com outros (isso para não mencionar as violações que ele próprio comete desses direitos).
Neste sentido, parece-me errado toda a simplificação que Daniel de Oliveira faz deste tema

IV – A queda do Muro de Berlim e o desmoronar do “socialismo” a Leste tem que se compreender no contexto da apropriação daqueles países pela União Soviética ou no domínio que sobre eles foi exercido por aquele país. Sobre isso já escrevi o post anterior e penso não ser necessário repetir. É por isso compreensível, os festejos da Alemanha e até se quiserem as palavras de Angela Merkel, que mereceram apressada transcrição, mas que no fundo, não esquecendo o seu passado, festeja com orgulho a reunificação do país ou as opções anti-comunistas que são tomadas nas diferentes capitais de Leste. Situação já diferente é a da Rússia e das Repúblicas que dela se separaram em que um reencontro com o seu passado e a delineação do seu futuro no complexo mundo actual são objecto de renovada procura, passado que foi a sua loucura ocidentalizante encabeçada por Boris Yeltsin.
Como diferente foi a situação na ex-Jugoslávia, onde foi preciso a intervenção forçada, primeiro da diplomacia Alemã e depois dos bombardeamentos da NATO, para desmantelar e subverter o país existente.
Diferente é também Cuba, que devido às características autónomas da sua revolução, conseguiu manter a sua independência, mesmo nos anos mais sombrios do desaparecimento da União Soviética e da era Bush, e quer queiram quer não, é hoje respeitada e acolhida no seio dos nascentes estados progressistas da América Latina. Sem servir de modelo, penso que seria estultícia nossa, ou de muitos que escrevem para a net tentar dar lições sobre os caminhos que Cuba deve trilhar. Lula, que respeitamos, Chavez, que é motivo de escárnio das almas bem pensantes e outros mais, não se têm permitido dar conselhos ao “velho regime”.
A China é outro caso que, de momento e devido à exiguidade deste post, tratarei noutra altura.

V – Por tudo o que foi dito, ser-se comunista hoje é perceber a complexidade do que foi o fenómeno histórico do movimento comunismo e pensar que o mundo passado já não ressuscita. O marxismo-leninismo, como expressão ideológica do grupo dirigente da União Soviética, é hoje uma aberração histórica, que já nada interpreta e para que nada serve. Por isso, ser comunista hoje é pensar que há outros grupos e novas grupos sociais com quem nos podemos unir e formular para futuro a possibilidade de se alcançar uma sociedade outra, tendo sempre presente que o esforço de agregação e de junção de forças é complexo e exige trabalho, mas está ao nosso alcance. Nesse sentido, os novos partidos de esquerda que por essa Europa e em Portugal vão nascendo são hoje, nas circunstâncias actuais de centro do mudo capitalista ocidental, a alternativa ao conservadorismo, ao neo-liberalismo e à deriva direitista da social-democracia.
Hoje, o PCP é de facto um obstáculo à compreensão destas novas emergências, o que torna mais difícil o trabalho de reorganização do pensamento da esquerda em Portugal, mas a sua participação nesta nova esquerda é indispensável, quer queiram seus dirigentes quer não.

VI – Por último, a questão do modelo levantada por Miguel Serras Pereira. Por tudo aquilo que fui escrevendo nada me leva a pensar que o modelo dito “socialita” possa, depois de regulado, como agora se diz em relação ao capitalismo, vir a ser reposto. Primeiro, porque nas sociedades ocidentais ninguém de boa fé prevê qualquer revolução. Segundo, porque os passos que a esquerda não social-democrata tem que dar ainda estão tão no início, que muita água ainda há-de correr debaixo das pontes até que democraticamente ela esteja em condições de aceder ao poder e qual o programa irá aplicar? O futuro será sempre uma procura de novas saídas e de novos desafios, não está, como não esteve para os bolcheviques desenhado desde o início. Mas os erros da sua experiência histórica poderão servir para não se fazer igual.

* Margem Esquerda, ensaios marxistas, Boitempo editorial, 2007, 10: 39-53.
A fotografia é do Monumento à III Internacional (1919-1920), de Vladimir Tatlin.
Este post era para ser publicado logo a seguir aos post sobre o Muro, mas a premência de fazer referência ao Avante ainda no dia em que foi publicado levou-me a atrasar a publicação deste

17 comentários:

Joana Lopes disse...

Jorge,
Só uma nota: não censurei NEM UM comentário ao post do Miguel SP e houve muitas centenas de acessos ao mesmo.
Já percebi que se criam «ambientes» nas Caixas de Comentários, que dependem muito do modo habitual de resposta dos autores dos textos.

Operário no grupo da sueca disse...

"O mundo avança e eu a discutir o meu umbigo"
-Nem mais, Doutor.
-Aliás o senhor, não faz outra coisa que não seja olhar para o seu umbigo.

De grupos e de grupe...anda os blogs cheios.

Operário com ás de espadas disse...

-Digo-lhe mais o senhor deveria rever a sua analise sobre a História dos movimentos Operários desde os Sec. XIX e XX
-Embora eu entenda que para um doutor em biologia,seja um pouco difícil e, ainda mais difícil se torna quando o dito doutor, é um pequeno burguês com a ideia fixa de que um dia foi; já não digo comunista, mas apenas marxista.

-Dá para ver a olho nu nas suas analises/interpretações aos acontecimentos que levaram à separação da águas entre o movimento operário.
Que levou a formação do partido de novo tipo.

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Cara Joana Lopes

Olhe que não. Depende muito de estarmos na mira de certos personagens. A raiva é maior quanto o blogger teve uma passado no PCP. No entanto, no exemplo citado reconheço que a discussão teve um nível invulgarmente elevado. Os meus parabéns.
Jorge

José Augusto disse...

-Aldrabona!
-Olhe que sim ;( houve censura e da boa!


-

Anónimo disse...

-AH! eheheheh sempre houve censura.
-Ou talvez não! Considerando que, alguns comentários e comentadores bateram em cheio no muro ou foram abatidos antes de o saltar.
--Aliás, muros há muitos incluindo o que separa o meu quintal do, do meu vizinho que é beato & reaça...

Operário disse...

O anónimo seu eu.

mescalero disse...

"II – A Revolução de Outubro foi sem dúvida uma tentativa vitoriosa de transformar o real, de acelerar a história, de dar o poder às classes não privilegiadas."

É preciso ver que foram as próprias classes não privilegiadas que tomaram o poder à força, não lhes foi "dado" por ninguém. Daí se chamar revolução.

É também de notar que o poder dos sovietes pouco tempo durou já que os bolcheviques desde muito cedo trataram de o usurpar e assim constituir uma classe dirigente burocrática e autoritária no que foi um duro golpe contra-revolucionário. Não se pode dizer portanto que houve uma tentativa vitoriosa de transformar o real, já que o poder dos sovietes foi derrotado pelos bolcheviques. Uma derrota muito dura para os revolucionários significando para muitos deles a morte.

A União Soviética não foi um Gulag do início ao fim mas de facto muitos outros crimes foram cometidos pelo reaccionarismo bolchevique logo desde o início.

O marxismo-leninismo não é apenas "uma aberração histórica que já nada interpreta e para que nada serve". Era-o na altura e era-o décadas antes, aquando da discussão no seio da I Internacional sobre a tomada do poder do Estado pelo proletariado que dividia socialistas autoritários e libertários.

São algumas discordâncias minhas com o conteúdo deste post.

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Não vou discutir consigo o que foi a revolução bolchevique, eu tenho a perspectiva comunista penso que o senhor tem a perspectiva libertária, ou anarquista. E isso dá-nos logo uma visão muito diferente do significado da revolução. Quanto “a dar o poder”, tem alguma razão no que diz. Mas se na revolução participaram grandes massas (milhares, centenas de milhares, talvez milhões), a maioria dos camponeses foi uma espectadora passiva, mas não desinteressada, do que se passou
No entanto, só uma pequena precisão o marxismo-leninismo, com as características com que depois o viemos a conhecer, e que hoje é ainda a doutrina oficial do PCP, é um criação estalinista. Resultou da célebre história que Estaline fez do Partido Bolchevique, nos anos 30, em que incluiu um capítulo inicial chamado “Materialismo dialéctico e materialismo histórico e” que serviu depois com manual de aprendizagem dos marxistas-leninistas.
Portanto tal como Marx dizia que não queria ser marxista, nunca o Lenine pensou ser colado ao marxismo por um hífen. Quanto aos debates da I Internacional entre Marx e os anarquistas, são histórias ainda mais do passado do que aquelas que eu ando a contar.

Operário em dívida para com o Luís disse...

-As estórinhas da carochinha sobre as visitas à borla à RDA - O muro que mais não era que fronteira entre dois Estados.../... e o artigo de Bruni de la Motte, No Guardian.

Operário numa de memória disse...

-
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-E eu a pensar, que o Marxismo-Leninismo... se ficou a dever aos trabalhos de Karl Marx, Friedrich Engels e Lenine.
Mas afinal não foi assim.
Foi tudo ao contrario o Estaline é que inventou toda esta história... os outros serviram apenas e só de figurantes, etc & tal.

"(milhares, centenas de milhares, talvez milhões), a maioria dos camponeses foi uma espectadora passiva, mas não desinteressada, do que se passou"
-Não é bem isso que nos diz Mikhail Cholokov.

-Quem quiser saber algo, assim como, uma migalha, coisa pouca ...mas que dá para entender muito sobre a questão agrária na URSS.
-Que "acompanhe" leia Curzio Malaparte, O Volga nasce na Europa. entre outra obras do autor.

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Deu-me para responder a este operário
Por acaso o senhor não leu o que o meu crítico disse sobre o marxismo-lenisnismo. Segundo, não leu o que eu disse: que nem o Marx se considerava marxista e que Lenine nunca tinha proposto ligar o seu nome ao de Marx por um hífen.
Terceiro, li o "Dom Tranquilo" de Mikhail Cholokov, simplesmente o tema central deste livro refere-se à colectivização das terras na União Soviética a partir de 1929 e não propriamente à Revolução de Outubro.

Operário numa de memória disse...

-Dando de barato o preconceito.
-( "Dom Tranquilo" de Mikhail Cholokov, simplesmente o tema central deste livro refere-se à colectivização das terras na União Soviética a partir de 1929 e não propriamente à Revolução de Outubro.)
***********************
-Começo pelo fim.

-Está enganado, caro doutor.
O tema da obra, não se refere só e principalmente a colectivização da Terra... embora, ela lá esteja, mostrando-nos a impossibilidade ou dificuldade de qualquer tentativa de conciliação entre os interesses da Revolução e das massas camponeses com os senhores da terra.
O tema central do livro é a própria e acima do tudo A Grande Revolução de Outubro e as questões que ela pôs ao POVOS.
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-Período antes e durante a Revolução terminando com a derrota dos Brancos e tropas intervencionistas estrangeiras.

- A história e vida social dos “Cossacos do Dom”. -A forma como este povo era usado pelo poder dos Czares.
- A forma como os Brancos e intervencionistas os usaram, também.
**********************************************************************
A I Grande Guerra, o enquadramento dos cossacos na mesma.
-O trabalho politico dos bolchevistas nas trincheiras.
A mobilização dos soldados e marinheiros que faziam do exercito Czarista ( na sua maioria camponeses ) para a Revolução. ..e sua participação na mesma.
A Guerra Civil, a intervenção política e militar das potências estrangeiras.
-O posicionamento politico e social dos cossacos em relação a Revolução.

-É melhor voltar a dar uma vista de olhos à Obra caro doutor.
Continua.

operário reflectindo sobre... disse...

-Por acaso li!
- Pouco ao nada me interessa, o que o seu critico disse.
- Tratando-se de uma analise a questão dum ponto de vista anarquista /libertário ….estamos falados.
Sendo eu militante comunista.
Estou mais interessado nas suas respostas.
“que nem o Marx se considerava marxista “ ”Lenine nunca tinha proposto ligar o seu nome ao de Marx por um hífen.”
1) Talvez por ser pessoa muito educada e bem formada o tivessem dito.
2) Além disso sabe-se que Marx- Teve uma vida muito difícil por causa da sua actividade politica e cientifica …não se terá ficado a dever a dita frase a uma questão de ordem defensiva por parte de Marx em relação ao meio hostil onde teve de sobreviver.
3) Marx tinha família para alimentar …todos sabemos as dificuldades por que passou.
4) Quantos na História da humanidade, não tiveram que abjurar e mal dizer as suas obras?
Palavras ditas, nem sempre são o que parecem, sendo muitas das vezes exactamente o seu oposto.
2) O mesmo deveria ter pensado Lenine.
(“- Como posso eu, ter a pretensão de sugerir tal …afasta de ti esse cálice! Vladimir Ilyitch Ulianov… se o entenderem por bem, que o façam outros, que não tu.”)

Operário
reflectindo sobre as palavras de Marx e o posicionamento de Lenine quanto às questões em discussão.

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Porque a discussão está a ter um mínimo de nível, venho responder mais uma vez ao Sr. operário. Sobre o livro de Mikhail Cholokov acredito que abarque todo o tempo que diz, mas penso que o tema central, principalmente a última parte se refere aquilo que eu digo. Mas não insisto no assunto, nem penso ir reler o livro agora. Li-o na altura, numa horrível tradução brasileira. Sei e tenho (não sei se está completa) uma portuguesa dos Livros do Brasil.
Quanto ao Marx. Ele escreveu aquilo numa carta a um dos seus correspondentes, quando na Alemanha o Partido Social-Democrata se reivindicava do marxismo para fazer afirmações que o Marx não perfilhava e por isso esse seu desabafo. Se tiver paciência ainda poderei indicar a fonte e em que circunstâncias precisas foi dita.
Quanto ao Lenine, é conhecido a sua luta final, já quase a morrer, contra Estaline. Foi de facto este que juntou os ismos e acrescentou a sua cara à plêiade de pensadores que foram Marx, Engels (este menos) e Lenine.

Operário porque hoje é Sábado disse...

-Caro doutor,desde já lhe agradeço. - Terei toda a paciência do mundo para o ouvir e ler.
-Aliás, como já deve ter notado tenho seguido, dentro das minhas limitadíssimas possibilidades de tempo e conhecimentos, os seus escritos e ideias, tanto no seu blogue como na pagina da RC, entre outros.
-E não pense, que isto se deve a qualquer "estar na mira" É apenas e só curiosidade e procura de conhecimento mesmo quando discordo em absoluto de certas opiniões e ideias.
- Ou contrário do que dizem, sempre no meu partido, que um dia foi o seu - me ensinaram a ouvir, reflectir e em seguida formar opinião.-Mesmo que esta não fosse a mais acertada... desde que estivesse sempre disposto a corrigir o erro.

Como ensinou Lenine
Aprender, aprender sempre!

PS:
Tenha um bom fim de semana, são os meus desejos.

Anónimo disse...

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