Durante a minha longa peroração sobre a Convenção do Bloco de Esquerda houve vários comentadores que resolveram intervir. Um denominava-se operário e outro, não sei se o mesmo,operário desempregado. Boa designação para atacar o doutor Fernandes, como fui chamado logo de início por um deles. Operário e ainda mais desempregado é um modo de puxar os galões nestas discussões à esquerda. Se se denominassem intelectuais provavelmente ninguém os levaria a sério, por isso nada como pertencerem à classe operária.
Por acaso, foi um intelectual do PCP, Carlos Aboim Inglês, já falecido, aquele que no Partido, onde militei tantos anos, mais combateu esta presunção de alguns, por serem operários e fazerem gala na sua ignorância, se poderem considerar superiores aos intelectuais. Aquele dirigente do PCP sempre considerou, e dele sempre retive isso, que os intelectuais que punham seus conhecimentos o seu saber ao serviço das forças progressistas eram indispensáveis à luta da classe operária e que esta não podia ignorar a importância daqueles, manifestando o seu preconceito contra o trabalho intelectual. As palavras são minhas, mas a ideia penso que a traduzi fielmente.
Por isso quando alguém neste blog se afirma operário, e invocando essa situação, se considera acima do comum dos mortais, e daqueles que a estes assuntos, da esquerda, têm dedicado o melhor do seu tempo, sempre relembro as palavras de Carlos Aboim Inglês.
Depois desta longa introdução, que visa responder genericamente a todos aqueles que, invocando a sua situação de operários, pretendiam criticar a minha prosa, vamos ao que me trás aqui hoje.
Abro o Avante e que descubro eu nas páginas centrais: Recomeçar do Princípio, Em Vila Real de Santo António, o PCP recupera de anos de orientações erradas e na legenda de uma fotografia Os comunistas de Vila Real de Santo António contaram como foi possível derrotar a linha liquidacionista que se apoderou da organização concelhia. Fiquei estarrecido. Primeiro, foi a afirmação, nada vulgar no Avante legal, que havia anteriormente orientações erradas. Que eu saiba, mesmo quando se afastavam camaradas nunca se dizia que eles eram protagonistas de orientações erradas. As orientações eram sempre justas, às vezes é que não se adaptavam à realidade. Mas vir acusar um grupo de comunistas como liquidacionistas, já não me lembrava deste tipo de denúncias desde o tempo em que os seguidores do dirigente do PC americano, Browder, queriam dissolver o seu partido numa organização mais vasta (1945). Ou então quando Estaline criticou, em 1948, Tito e os comunistas jugoslavos por quererem transformar o partido numa Liga, a dos Comunistas da Jugoslávia. Em Vila Real de Santo António a acusação era de que os anteriores dirigentes queriam dissolver o partido na CDU. Segundo o artigo, parece que são coisas diferentes.
Por acaso, foi um intelectual do PCP, Carlos Aboim Inglês, já falecido, aquele que no Partido, onde militei tantos anos, mais combateu esta presunção de alguns, por serem operários e fazerem gala na sua ignorância, se poderem considerar superiores aos intelectuais. Aquele dirigente do PCP sempre considerou, e dele sempre retive isso, que os intelectuais que punham seus conhecimentos o seu saber ao serviço das forças progressistas eram indispensáveis à luta da classe operária e que esta não podia ignorar a importância daqueles, manifestando o seu preconceito contra o trabalho intelectual. As palavras são minhas, mas a ideia penso que a traduzi fielmente.
Por isso quando alguém neste blog se afirma operário, e invocando essa situação, se considera acima do comum dos mortais, e daqueles que a estes assuntos, da esquerda, têm dedicado o melhor do seu tempo, sempre relembro as palavras de Carlos Aboim Inglês.
Depois desta longa introdução, que visa responder genericamente a todos aqueles que, invocando a sua situação de operários, pretendiam criticar a minha prosa, vamos ao que me trás aqui hoje.
Abro o Avante e que descubro eu nas páginas centrais: Recomeçar do Princípio, Em Vila Real de Santo António, o PCP recupera de anos de orientações erradas e na legenda de uma fotografia Os comunistas de Vila Real de Santo António contaram como foi possível derrotar a linha liquidacionista que se apoderou da organização concelhia. Fiquei estarrecido. Primeiro, foi a afirmação, nada vulgar no Avante legal, que havia anteriormente orientações erradas. Que eu saiba, mesmo quando se afastavam camaradas nunca se dizia que eles eram protagonistas de orientações erradas. As orientações eram sempre justas, às vezes é que não se adaptavam à realidade. Mas vir acusar um grupo de comunistas como liquidacionistas, já não me lembrava deste tipo de denúncias desde o tempo em que os seguidores do dirigente do PC americano, Browder, queriam dissolver o seu partido numa organização mais vasta (1945). Ou então quando Estaline criticou, em 1948, Tito e os comunistas jugoslavos por quererem transformar o partido numa Liga, a dos Comunistas da Jugoslávia. Em Vila Real de Santo António a acusação era de que os anteriores dirigentes queriam dissolver o partido na CDU. Segundo o artigo, parece que são coisas diferentes.
Hoje este termo volta novamente ao Avante. Triste sina de um partido que não atina com o tempo histórico em que vive. Mal para ele e mal para nós que não podemos contar com a colaboração de gente séria e sacrificada, que tudo teria a ganhar se acertasse de vez com aquilo que hoje é importante em Portugal.
8 comentários:
R: -)Em primeiro lugar folgo em saber, que recuperou da irritante lombalgia crónica, de que padece.
- Modo de” puxar os galões”! – Bem, isso dos galões é como o caro doutor “galões e panos quentes”: -) Eu, caro doutor, só cheguei a 1.Cabo pára-quedista:)e é com alguma “cagança” que o digo! ) quando da minha passagem pelo serviço militar obrigatório.
- Ao contrário do Sr. doutor, “não” por “acaso”- sou mesmo operário ! Também desempregado! Não por “acaso” mas por causas que conhecemos! – Continuando no puxar de “galões” se alguém aqui o faz; é vossa senhoria, pois, é com descortesia e falta de honestidade que chama a coação um distintíssimo Militante do meu Partido, que durante a sua vida de militante comunista sempre lutou contra aquilo que o Sr. representa no campo ideológico “Oportunismo politico e desvios de direita”…..- Que também os houve no tempo em que Aboim Inglês militava e lutava para defender o Partido da Classe Operária e de todos os trabalhadores o Partido Marxista Leninista , partido de novo TIPO o PCP.- É que os desvios oportunistas não são de hoje - dentro do movimento comunista. Tem uma longa e amarga História que muito cara tem saído aos trabalhadores.
Por outro lado, nem aqui, nem em sitio algum pôs em causa o contributo dos intelectuais Comunistas e doutros quadrantes ideológicos na luta comum pela transformação sociedade muito pelo contrario!…Só, que não se trata disso, tratasse de criticar alguém que de forma pouco honrosa… depois de ter militado no PCP, faz dele o seu principal Alvo de combate. O Sr. tem todo o direito de deixar de ser militante comunista, mesmo de deixar de ser comunista. (Porque penso possível, ser-se comunista mesmo fora do Partido) Só não tem o direito de destorcer a verdade dos factos, nem à calúnia. -Como não se tratasse dum simples homem, sem cultura politica, que num dia de nevoeiro resolveu aderir ao PCP. O senhor tem consciência dos seus actos. O Sr. é um homem culto! - Isso eleva a sua responsabilidade ou deveria elevar, a sua postura cívica e ética na luta politica mas pelos vistos não é assim! -Caro doutor - Eu sou Operário sim senhor! -Operário de novo tipo! -Quando entrei para o Partido era Jovem tinha apenas 16 anos pertenci a UJC, o partido foi e é a minha “faculdade/Universidade,” onde aprendi a ver o Mundo, a saber qual o meu lugar na sociedade. --Poderia sem dificuldade alguma, chamar em minha defesa outros que também por lá passaram e com quem trabalhei, uns que ainda cá andam e outros que infelizmente cá não se encontram uns comunistas de sempre outros que pretendendo ter sido; de facto nunca o foram! -Não vou ditar nomes, só lhe digo que sou da Cidade do Porto. Penso que está tudo dito!
Passe bem caro doutor.
Como não é meu costume fazer censura, gostaria de explicar aos leitores mais desprevenidos porque eliminei um comentário que transcrevia o artigo do Avante referido no post. Este mesmo, como é meu costume, poderá ser consultado no próprio jornal Avante, pois há um link para ele no título do artigo. Isto é simples, só não percebe quem sempre se habituou a fazer censura e acham que os outros praticam o mesmo mal.
-Percebe-se a angustia mas a atitude fica com quem a toma.
E escusa vossa excelência de se desculpar porque a noticia do Avante, colada por mim tinha o objectivo bem claro de fazer uma comparação rápida entra as suas atroadas e o que de facto estava no jornal do PCP escrito e que de maneira nenhuma pode ser desmentido porque se trata de uma realidade.
Quanto a censura e outros troques dos ditos renovadores adoradores de ex.tudo e mais qualquer coisa como os Sr. Louçã Rosas/ tal de que "não houve fascismo em Portugal mas sim um regime musculado..etc e tal" tenha mas é vergonha! -Se é que ainda lhe resta alguma dignidade e pode ficar já a saber que sempre que ache necessário colarei aqui no seu Blog aquilo que acha justo ser colado. Porque se não o quer feche a caixa de comentários.
Tenha um bom fim de semana censurando o que não lhe agrada.
ó operário, por que é que não guarda essa sua conversa de xaxa para as missas do partido? irra, que gente tão chata.
alvaro
Há uns certos "operários desempregados" que, se pudessem, nos mandavam a todos para o Tarrafal. Especialmente se tivessemos sido e deixado de ser de "O Partido".
Para o sr alvaro sem assento:
-Sr. alvaro sem assento, vejo que se incomodou.... era mesmo esse o objectivo incomodar,agitar para o debate mas ó homenzinho!
Quanto a missa, isso é no seu partido não no meu. No seu é se elegem papas, bispos e outras criaturas, como sacristães e outros beatos como sua excelência...a sua conversa só demonstra que lhe faltam argumentos sérios para o debate. Enfim você é um triste. É pena.
Espero que o sr doutor sensor deixe passar esta amável resposta a um dos seus correlegionários.
Para o anónimo das 11:15: Por acaso o SrºOu Srª -Não terá mais nada na cabecinha?
-Que tristeza!
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