Já fui ver a Exposição patente na Fundação Calouste Gulbenkian e que tem como título a evolução de Darwin.
Como sabem, passam este ano 200 anos sobre o nascimento daquele naturalista e 150, sobre a publicação da sua principal obra A Origem das Espécies. Sobre este assunto já tinha falado neste blog, a propósito do discurso de encerramento de Francisco Louçã na VI Convenção do Bloco de Esquerda.
Gostaria unicamente de vos recomendar uma visita à exposição. Penso que esta deve ser percorrida num dia de semana, excepto à segunda-feira, que está fechada, pois aos fins-de-semana é uma tal multidão, que torna improdutiva qualquer tentativa de usufruir culturalmente o seu conteúdo. Se possível aproveitem as visitas guiadas.
Recomendo-vos igualmente que comprem o catálogo da exposição, que, por 13,50 €, oferece uma encadernação cuidada, cheia de fotografias e de informação sobre tudo o que está exposto.
Dois ou três apontamentos interessantes. Primeiro, Darwin enjoava no mar e a sua investigação foi feita essencialmente com os dados que recolheu ao logo de uma viagem de barco que realizou à volta do mundo durante cinco anos. Quando chegou a Inglaterra nunca mais dela saiu, tal foi a repulsa que o mar lhe meteu. Segundo, viajar naquele tempo não é o mesmo do que é hoje navegar em navios cruzeiro. A cabine que lhe servia de alojamento era tão pequena que para poder estender as pernas na rede, que montava todas as noites para dormir, tinha que remover uma gaveta.
No entanto, das suas observações científicas resultou uma teoria coerente e que ainda hoje permite explicar a evolução natural e a origem das diferentes espécies. A sua base assenta na selecção natural, ou seja, na sobrevivência daquelas espécies que melhor se adaptam ao meio onde vivem.
No entanto, qual é a relação do título deste post com esta exposição. É evidente, que à primeira vista tem tudo a ver, pois foi a teoria de Darwin que pôs definitivamente em causa a teoria fixista da origem das espécies que vinha descrita na Bíblia. Mas isso é do conhecimento geral. Apesar de ainda hoje, na América e com apoio das forças mais conservadoras religiosas a nível internacional, o criacionismo, ou seja, a visão literal da Bíblia como explicação para a origem das espécies, forçar e em alguns casos impor o ensino nas escolas da teoria da evolução, que é uma teoria científica, ao lado do criacionismo, ou como os seus defensores gostam de lhe chamar desígnio inteligente, que é uma interpretação religiosa.
Mas o que mais impressionou foi uma pequena história que é contada na exposição a propósito de Mendel, que era monge na Abadia de Brunn, situada na actual República Checa, e que foi o pai da genética. Mendel que viveu entre 1822-1884, passou a vida estudar como se distribuíam nas descendências seguintes as características dos pais, ou seja as leis da hereditariedade, que diga-se de passagem só foram redescobertas depois da sua morte, por volta do ano 1900. O seu material de estudo foi a ervilheira-comum e a cor das flores e a forma das sementes. Mas o seu trabalho começou com o estudo da “reprodução em roedores, mas o assunto foi rapidamente proibido pela arquidiocese, na sequência dos comentários do bispo sobre a inconveniência de monges se dedicarem à observação do acasalamento de ratos” (do Catálogo da Exposição). Por isso o “pobre” Mendel teve que se virar para as ervilhas, que de certeza não despertariam a concupiscência daqueles monges que poderiam ficar entusiasmados pela cópula entre dois ratos.
Isto parece-nos extremamente ridículo. Mas quando ainda hoje a Igreja Católica combate o preservativo e defende a castidade dos noivos e outros desvarios, só poderemos continuar a afirmar que longo tem que ser o combate para aniquilar esta influência castradora da Religião, qualquer que seja, que limita e controla a liberdade humana e o seu desejo de felicidade.
Como sabem, passam este ano 200 anos sobre o nascimento daquele naturalista e 150, sobre a publicação da sua principal obra A Origem das Espécies. Sobre este assunto já tinha falado neste blog, a propósito do discurso de encerramento de Francisco Louçã na VI Convenção do Bloco de Esquerda.
Gostaria unicamente de vos recomendar uma visita à exposição. Penso que esta deve ser percorrida num dia de semana, excepto à segunda-feira, que está fechada, pois aos fins-de-semana é uma tal multidão, que torna improdutiva qualquer tentativa de usufruir culturalmente o seu conteúdo. Se possível aproveitem as visitas guiadas.
Recomendo-vos igualmente que comprem o catálogo da exposição, que, por 13,50 €, oferece uma encadernação cuidada, cheia de fotografias e de informação sobre tudo o que está exposto.
Dois ou três apontamentos interessantes. Primeiro, Darwin enjoava no mar e a sua investigação foi feita essencialmente com os dados que recolheu ao logo de uma viagem de barco que realizou à volta do mundo durante cinco anos. Quando chegou a Inglaterra nunca mais dela saiu, tal foi a repulsa que o mar lhe meteu. Segundo, viajar naquele tempo não é o mesmo do que é hoje navegar em navios cruzeiro. A cabine que lhe servia de alojamento era tão pequena que para poder estender as pernas na rede, que montava todas as noites para dormir, tinha que remover uma gaveta.
No entanto, das suas observações científicas resultou uma teoria coerente e que ainda hoje permite explicar a evolução natural e a origem das diferentes espécies. A sua base assenta na selecção natural, ou seja, na sobrevivência daquelas espécies que melhor se adaptam ao meio onde vivem.
No entanto, qual é a relação do título deste post com esta exposição. É evidente, que à primeira vista tem tudo a ver, pois foi a teoria de Darwin que pôs definitivamente em causa a teoria fixista da origem das espécies que vinha descrita na Bíblia. Mas isso é do conhecimento geral. Apesar de ainda hoje, na América e com apoio das forças mais conservadoras religiosas a nível internacional, o criacionismo, ou seja, a visão literal da Bíblia como explicação para a origem das espécies, forçar e em alguns casos impor o ensino nas escolas da teoria da evolução, que é uma teoria científica, ao lado do criacionismo, ou como os seus defensores gostam de lhe chamar desígnio inteligente, que é uma interpretação religiosa.
Mas o que mais impressionou foi uma pequena história que é contada na exposição a propósito de Mendel, que era monge na Abadia de Brunn, situada na actual República Checa, e que foi o pai da genética. Mendel que viveu entre 1822-1884, passou a vida estudar como se distribuíam nas descendências seguintes as características dos pais, ou seja as leis da hereditariedade, que diga-se de passagem só foram redescobertas depois da sua morte, por volta do ano 1900. O seu material de estudo foi a ervilheira-comum e a cor das flores e a forma das sementes. Mas o seu trabalho começou com o estudo da “reprodução em roedores, mas o assunto foi rapidamente proibido pela arquidiocese, na sequência dos comentários do bispo sobre a inconveniência de monges se dedicarem à observação do acasalamento de ratos” (do Catálogo da Exposição). Por isso o “pobre” Mendel teve que se virar para as ervilhas, que de certeza não despertariam a concupiscência daqueles monges que poderiam ficar entusiasmados pela cópula entre dois ratos.
Isto parece-nos extremamente ridículo. Mas quando ainda hoje a Igreja Católica combate o preservativo e defende a castidade dos noivos e outros desvarios, só poderemos continuar a afirmar que longo tem que ser o combate para aniquilar esta influência castradora da Religião, qualquer que seja, que limita e controla a liberdade humana e o seu desejo de felicidade.
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