18/12/2008

Ainda as trafulhices do Púbico – IIIº e ¿último? episódio


Ontem o Público trazia uma carta de Carlos Carvalhas onde este desmentia um antetítulo daquele jornal relativamente a uma notícia publicada na véspera.
O desmentido é aqui reproduzido, já que é difícil ter acesso on-line à versão impressa do Público:
Pela segunda vez consecutiva, e sempre sem qualquer base ou fundamento, o Público volta a referir em antetítulo a uma notícia sobre o adiamento de um colóquio que "o PCP impediu a presença de Carlos Carvalhas".Esta insistência é tanto mais incompreensível quanto é certo que, ainda na sua edição de ontem, o Público referia declarações do meu camarada Jerónimo de Sousa sobre este assunto, explicitando claramente que se tinha tratado de uma minha decisão.Neste sentido, para plena reposição da verdade e para repelir a implícita insinuação do Público de que o Gabinete de Imprensa do PCP, eu próprio e Jerónimo de Sousa teríamos faltado à verdade, aqui reafirmo que a anulação da minha participação no referido colóquio se deveu às razões explicitadas em comunicado do Gabinete de Imprensa do PCP e foi da minha exclusiva iniciativa, vontade e responsabilidade.”

Tenho vindo a relatar neste blog esta telenovela que tem sido alimentada diariamente pelo Público, nesse sentido dispenso-me de fazer uma nova discrição de todo este episódio.
O quero realçar, com a publicação deste desmentido de Carlos Carvalhas, é que mais uma vez o ex-secretário-geral do PCP a única preocupação que manifesta em relação à triste desinformação do Público é de que não é um pau-mandado do PCP e que as decisões são tomadas por “minha iniciativa, vontade e responsabilidade”. Ou seja, Carlos Carvalhas nunca desmentiu que não tenha sido convidado para a sessão da Aula Magna, nem nunca clarificou que a iniciativa para que foi convidado foi a do Hotel Zurique, que por acaso foi adiada. Deixou no ar, com a ajuda do seu amigo Victor Dias, do blog o Tempo das Cerejas, que havia uma cumplicidade entre os jornalistas trapalhões do Público e os organizadores da iniciativa do Hotel Zurique. A única coisa que o preocupa é que não digam que anda a mando do PCP.
A verdade é que quando alguém se quer desvincular de uma iniciativa para qual foi convidado e aceita, é avisar os organizadores, o que fez, de que não vai e desmentir o jornal que tinha especulado sobre a relação entre a iniciativa para que tinha sido convidado e o encontro da Aula Magna. Não precisa de pedir ao Gabinete de Imprensa do PCP que se apresse a garantir a sua não participação no debate para que se tinha comprometido. Daí que os jornalistas possam ter especulado sobre quem tinha impedido quem de participar no referido evento. O que já não era legítimo e muito menos verdadeiro era dizer que o Carvalhas se tinha recusado a participar numa iniciativa para a qual não tinha sido convidado.
No fundo, em todo este episódio nem o Carvalhas se saiu bem, nem o Público que, consciente ou inconscientemente, e neste caso por pura incompetência, andou uma série de dias a alimentar uma mentira.

PS.: Por mais que tentasse nunca consegui ler a versão completa do comunicado do Gabinete de Imprensa do PCP a desmentir a participação do Carvalhas no debate do Hotel Zurique. O que veio a público era claramente insuficiente e não manifestava da parte do visado um completo esclarecimento. É evidente, que isto não absolve o Público, mas deixa é muitas dúvidas sobre quais eram as verdadeiras intenções de Carlos Carvalhas ao não comparecer àquela iniciativa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Apenas três questões :

Pode J.N.F garantir que nenhum organizador do debate do Hotel Zurique teve qualquer contacto com o Público que facilitou a misturada ?

Qual é a admiração de o GI do PCP veicular publicamente uma notícia sobre uma decisão de um dirigente do PCP (ainda por cima ex-secretário-geral), coisa que fez toda a vida, incluindo muitas vezes a respeito de Álvaro Cunhal?

Porque razão nenhum dos organixzadores do debate do Zurique mexeu um dedo (ou rectificou alguma coisa) depois de duas notícias trapalhonas do Público ?

Anónimo disse...

rectifixcação:

Na primeira questão em vez de «teve» é obviamente «não teve».

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Como é vulgar nos contra ataques do Victor Dias, não seria o caluniador que devia prestar contas mas aqueles que tentam repor a verdade é que tinha que se defender. Foi o Victor Dias que, numa insinuação sem qualquer fundamento, afirmou “foi ao verificar depois que esse debate marcado para dia 15 estava a ser divulgado, certamente não de forma acidental e não inocente, de forma misturada com a iniciativa de dia 14, que Carlos Carvalhas (e não o PCP por ele) anulou a sua participação nesse debate.”
Por isso enquanto não demonstrar que a sua calúnia é verdadeira, não pense que lhe irei responder.