Não quero deixar de começar este meu novo post sem referir um outro que encontrei no blog António Garcia Pereira, pela mão de Joana Lopes, do Entre as Brumas da Memória.
Aquele dirigente do MRRP, primeiro, levanta-se indignado contra a divulgação das escutas e o incumprimento da providência cautelar e depois termina dizendo: “É óbvio que Sócrates deve ser derrubado do poder, e merece-o por inteiro devido não apenas à política anti-popular e anti-patriótica do seu Governo como também à sua insuportável e ditatorial arrogância. Mas deve sê-lo pelos métodos políticos democráticos, abertos e claros e não por manobras executadas como meios ínvios, ilegais e democraticamente incontroláveis. Mas a verdade é que agora, e fruto dessa mesma sua postura de altivez, a saída de Sócrates do poder é já e cada vez mais, inclusive dentro do próprio PS, uma mera questão de calendário…”
Apesar de Garcia Pereira ser professor de direito e, por isso, respeitar intransigentemente a lei, isso não lhe deve toldar o raciocínio político. Enquanto Sócrates, com o apoio da direita, praticava aquela política "anti-popular e anti-patriótica" tinha índices de popularidade elevada e o PS garantia a maioria absoluta. Quando se começou a falar da sua licenciatura e depois do Freeport essa popularidade começou a baixar e o PS ficou-se pela maioria relativa. Bem pode agora Garcia Pereira dizer que é “uma mera questão de calendário” a “saída de Sócrates”, não fossem os casos que o Primeiro-Ministro foi criando, por culpa dele, evidentemente, ainda hoje o teríamos vitorioso à frente de uma nova maioria. Isto não quer dizer que valha tudo na luta política, apesar de não estarmos muito longe disso, mas as informações que obtivemos do que ele andava a tramar e sobre o seu carácter foram indispensáveis para o país perceber quem o governa.
Dito isto, eu compreendo o que atormenta Garcia Pereira e toda esquerda. No PCP por exemplo, quase que não se fala das escutas. Num blog, como o Castendo, de António Vilarigues não há uma única referência a este caso. É que quem está a comandar as operações ou a usufruir vantagens dela é a direita. São os seus homens de mão os principais actores deste melodrama. Garcia Pereira cita os exemplos de José Eduardo Moniz, que é fresco, ou das atitudes passadas do Arquitecto Saraiva, do SOL. Ninguém vê neles, excepto Pacheco Pereira (último Ponto, Contraponto), paladinos da liberdade. Mas, como diz o povo, “zangam-se as comadres sabem-se as verdades”. Por isso, considero esta situação de desgaste do Sócrates importante. Porque, lamento informar, ela dificilmente se alcançaria unicamente pela luta popular, conseguiram os professores em circunstâncias muito particulares e com uma Ministra que era um desastre.
Pelo que atrás se disse a esquerda teme que o apodrecimento da situação política traga a vitória da direita e de tudo aquilo que ela tem vindo a ameaçar fazer. Por isso trata este assunto com pinças. Só os meninos rabinos do 5 Dias (sem links específicos) é que resolveram, com grande ardor revolucionário, misturara-se, numa manifestação fracassada, com a gente da direita que defendia a liberdade de expressão.
Mas não podemos adiar por muito mais tempo o esclarecimento da situação política. Temos que nos preparar para novas eleições, para descermos à rua ou para exigirmos um novo Governo do PS, que dê um novo ânimo à esquerda e ao país. Não podemos deixar a situação arrastar-se e depois esperar, por milagre, que alguns votos da desagregação do PS nos caiam no regaço.
Pode ser que tudo passe e só depois das eleições presidenciais esta situação se resolva. É este o timing do Professor Marcelo. Mas quanto a mim pode ser que o assunto se resolva mais cedo. Mas tudo isto tem que ser discutido e pensado, mas acima de tudo temos que nos organizar para a luta, que os tempos que aí vêm não vão ser fáceis.
Aquele dirigente do MRRP, primeiro, levanta-se indignado contra a divulgação das escutas e o incumprimento da providência cautelar e depois termina dizendo: “É óbvio que Sócrates deve ser derrubado do poder, e merece-o por inteiro devido não apenas à política anti-popular e anti-patriótica do seu Governo como também à sua insuportável e ditatorial arrogância. Mas deve sê-lo pelos métodos políticos democráticos, abertos e claros e não por manobras executadas como meios ínvios, ilegais e democraticamente incontroláveis. Mas a verdade é que agora, e fruto dessa mesma sua postura de altivez, a saída de Sócrates do poder é já e cada vez mais, inclusive dentro do próprio PS, uma mera questão de calendário…”
Apesar de Garcia Pereira ser professor de direito e, por isso, respeitar intransigentemente a lei, isso não lhe deve toldar o raciocínio político. Enquanto Sócrates, com o apoio da direita, praticava aquela política "anti-popular e anti-patriótica" tinha índices de popularidade elevada e o PS garantia a maioria absoluta. Quando se começou a falar da sua licenciatura e depois do Freeport essa popularidade começou a baixar e o PS ficou-se pela maioria relativa. Bem pode agora Garcia Pereira dizer que é “uma mera questão de calendário” a “saída de Sócrates”, não fossem os casos que o Primeiro-Ministro foi criando, por culpa dele, evidentemente, ainda hoje o teríamos vitorioso à frente de uma nova maioria. Isto não quer dizer que valha tudo na luta política, apesar de não estarmos muito longe disso, mas as informações que obtivemos do que ele andava a tramar e sobre o seu carácter foram indispensáveis para o país perceber quem o governa.
Dito isto, eu compreendo o que atormenta Garcia Pereira e toda esquerda. No PCP por exemplo, quase que não se fala das escutas. Num blog, como o Castendo, de António Vilarigues não há uma única referência a este caso. É que quem está a comandar as operações ou a usufruir vantagens dela é a direita. São os seus homens de mão os principais actores deste melodrama. Garcia Pereira cita os exemplos de José Eduardo Moniz, que é fresco, ou das atitudes passadas do Arquitecto Saraiva, do SOL. Ninguém vê neles, excepto Pacheco Pereira (último Ponto, Contraponto), paladinos da liberdade. Mas, como diz o povo, “zangam-se as comadres sabem-se as verdades”. Por isso, considero esta situação de desgaste do Sócrates importante. Porque, lamento informar, ela dificilmente se alcançaria unicamente pela luta popular, conseguiram os professores em circunstâncias muito particulares e com uma Ministra que era um desastre.
Pelo que atrás se disse a esquerda teme que o apodrecimento da situação política traga a vitória da direita e de tudo aquilo que ela tem vindo a ameaçar fazer. Por isso trata este assunto com pinças. Só os meninos rabinos do 5 Dias (sem links específicos) é que resolveram, com grande ardor revolucionário, misturara-se, numa manifestação fracassada, com a gente da direita que defendia a liberdade de expressão.
Mas não podemos adiar por muito mais tempo o esclarecimento da situação política. Temos que nos preparar para novas eleições, para descermos à rua ou para exigirmos um novo Governo do PS, que dê um novo ânimo à esquerda e ao país. Não podemos deixar a situação arrastar-se e depois esperar, por milagre, que alguns votos da desagregação do PS nos caiam no regaço.
Pode ser que tudo passe e só depois das eleições presidenciais esta situação se resolva. É este o timing do Professor Marcelo. Mas quanto a mim pode ser que o assunto se resolva mais cedo. Mas tudo isto tem que ser discutido e pensado, mas acima de tudo temos que nos organizar para a luta, que os tempos que aí vêm não vão ser fáceis.
5 comentários:
Jorge Nascimento Fernandes,
Usar o insulto como instrumento é um atalho do pensamento. Chamar-nos "meninos rabinos" e deturpar o que pensamos está no domínio da desonestidade intelectual. Aqui se prova que o estalinismo aterra em quem menos se espera. É pena, mas é assim.
Caro Nuno
Acho que não tens razão nenhuma. Primeiro, o que eu escrevi foi os meninos rabinos do 5 Dias e tu tomaste esta catalogação como dirigida a todos os que lá escrevem. Pois enganas-te. É minha preocupação separar o trigo do joio. Porque há gente que escreve nesse blog que é intratável, do pior esquerdismo e estalinismo, enquanto há amigos meus, como o José Neves e o Ricardo Noronha, que de modo algum eu considero como meninos rabinos. E chamo-lhes rabinos porque era essa a designação com que nos tempos do PREC se dava ao MRRP, orientação de que alguns colaboradores desse blog não se afastam muito.
Segundo, é espantoso que tu assumas como tuas os dislates que algumas criaturas vertem no blog para onde escreves. E mais, é grave que venhas embirrar comigo quando esses mesmos escrivinhadores têm conduzido uma campanha dirigida especificamente ao Daniel de Oliveira e ao seu blog. Aquilo a que se chama uma campanha de carácter.
Não quer dizer que eu concorde sempre com o Daniel de Oliveira e até sobre o assunto da legalidade democrática, que eu abordo, provavelmente não estaria de acordo. Mas transformá-lo no inimigo principal é que não. E que dizer quando se mostra numa sequência gráfica as fotografias do Sócrates, do Louçã e do Manuel Alegre. Isso não te incomoda. Por favor, mete um pouco a mão na consciência.
Ainda respondendo ao Nuno
Por mera honestidade intelectual fui percorrer com algum cuidado, e nem todo que o assunto merecia, se tinha de facto havido algum apelo no 5 Dias para se participar na manifestação “pela liberdade”. Pelo que percebi foi só uma crítica a uma pequena frase de Joana Lopes que depois levou a múltiplas e variadas intervenções. Algumas inconcebíveis e de uma agressividade que eu estou longe de praticar. Mas o Nuno não repara nessas. Mas tenho que reconhecer que de uma leitura na altura apressada que fiz de um conjunto de post entre As Brumas da Memória o 5 Dias e Minoria Relativa retirei uma conclusão errada. Por isso, até contra o meu costume, não fiz link para nenhum dos post que justificasse a minha afirmação de que havia gente do 5 Dias que tinha apelado à participação na manifestação da direita.
Agora que moralidade tem o Nuno para me vir falar em estalinismo, quando se desce no seu blog ao ponto de fazer aqueles ataques pessoais dirigidos ao José Gusmão e à sua intervenção na Assembleia da República.
"Só os meninos rabinos do 5 Dias (sem links específicos)" ou seja todos.
O meu texto pode conduzir a ambiguidades sobre se são todos ou uma parte deles é que são meninos rabinos. No entanto, depois nos meus comentários esclareço a situação. Por isso não percebo a conclusão que são todos. Mas penso que isto é uma questão de pormenor, já suficientemente esclarecida por mim em resposta ao Nuno.
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