Gene Kelly, num filme que se chamava em português Guia para um homem volúvel, tradução inventada pelas nossas distribuidoras de A Guide for the Married Man (1967), contava em diversos episódios como era possível um homem casado enganar a mulher, sem ser descoberto.
Aquele que me ficou na memória era a história de um homem que estava deitado com a amante na cama e é apanhado pela “legítima” nessa situação difícil para negar a existência de adultério. Com esta premissa começa uma das rábulas mais engraçadas que vi em cinema. A todas as perguntas que a esposa lhe faz ele nega que exista qualquer mulher naquele quarto. Negando sempre, dá tempo para se vestirem, fazerem a cama onde estavam deitados e a amante poder sair. Ele continua sempre a negar, e quando ela sai, diz que não sabe de quem é que a mulher está a falar. Esta perante a total negativa do marido e depois do próprio desaparecimento do objecto da sua inquirição chega mesmo a duvidar que tivesse visto o marido na cama com outra mulher. Não sei se o episódio tinha este nome, mas ele podia-se resumir nesta frase: nega, nega sempre.
Veio-me à memória este episódio tão engraçado do filme de Gene Kelly a propósito das declarações de José Sócrates sobre as escutas. E não só de José Sócrates, também de António Costa, na Quadratura do Círculo. Eles negam com tanta convicção aquilo que toda a gente está a ver que chegam a convencer-nos que nada daquilo que ouvimos e vemos é verdade. Porque não há qualquer dúvida. Apesar de todos garantirem que José Sócrates tinha mentido no Parlamento este vem hoje com toda a desfaçatez garantir mais uma vez que não sabia de nada. Tal como o homem casado que enganava a mulher, José Sócrates nega, nega sempre.
Aquele que me ficou na memória era a história de um homem que estava deitado com a amante na cama e é apanhado pela “legítima” nessa situação difícil para negar a existência de adultério. Com esta premissa começa uma das rábulas mais engraçadas que vi em cinema. A todas as perguntas que a esposa lhe faz ele nega que exista qualquer mulher naquele quarto. Negando sempre, dá tempo para se vestirem, fazerem a cama onde estavam deitados e a amante poder sair. Ele continua sempre a negar, e quando ela sai, diz que não sabe de quem é que a mulher está a falar. Esta perante a total negativa do marido e depois do próprio desaparecimento do objecto da sua inquirição chega mesmo a duvidar que tivesse visto o marido na cama com outra mulher. Não sei se o episódio tinha este nome, mas ele podia-se resumir nesta frase: nega, nega sempre.
Veio-me à memória este episódio tão engraçado do filme de Gene Kelly a propósito das declarações de José Sócrates sobre as escutas. E não só de José Sócrates, também de António Costa, na Quadratura do Círculo. Eles negam com tanta convicção aquilo que toda a gente está a ver que chegam a convencer-nos que nada daquilo que ouvimos e vemos é verdade. Porque não há qualquer dúvida. Apesar de todos garantirem que José Sócrates tinha mentido no Parlamento este vem hoje com toda a desfaçatez garantir mais uma vez que não sabia de nada. Tal como o homem casado que enganava a mulher, José Sócrates nega, nega sempre.
4 comentários:
Por causa deste teu post dei-me ao trabalho de ir procurar a cena que tu referes ao Youtube. Encontrei e publiquei no DoteCome.
É realmente engraçadíssima.
Sim eles negam com a mesma convicção com que os outros acusam.
Só que quando se acusa na praça publica toda a gente acredita da bondade das acusações quando se nega em defesa própria, aí os tipos estão a mentir. Alguem que queira ser honesto e bem intencionado não saberá em quem acreditar. Eu só gostava que ao menos acusassem e provassem em tribunal uma acusaçãosita para ao menos ficarmos "finalmente" descansados e podermos apontar o indicador com convicção e dizer, convictamente, malandros! Assim continuaremos nestes jogos florais com o país a deslisar para o abismo, que como eu já disse e volto a repetir, no fim a alguém ha-de servir, mas não ao povo com certeza absoluta. Ja era tempo de deixarmos estes "mind games" apenas para o futebol e levarmos os interesses do país mais a sério. Só que lá no fundo o que a malta gosta é disto. FCouto
convicção e convictamente é pleonasmo, sorry! fc
Para FCouto
Obrigado pelo seu comentário. Ao longo de diversos post que coloquei na net tentei demonstrar que, por experiência própria, não era para mim novidade muita da crítica que é feita ao carácter de José Sócrates.
Por outro lado, considero que o caso das casinhas das Beiras e da licenciatura, não sendo nenhum crime são reveladoras de um passado e de uma atitude. Quanto ao Freeport, acredito que ele não tenha recebido qualquer luva para aprovar o empreendimento, mas a história que o tio contou e que não foi desmentida é suficientemente reveladora para demonstrar que aquele aforismo: “um pedido seu é uma ordem”, se pode aplicar a Sócrates e ao seu grupo. E ainda mais, num caso que não foi explorado, o da alteração de poder na autarquia de Alcochete: já que o autarca da CDU perdeu as eleições, provavelmente entre outras coisas, por o projecto ter sido chumbado e mal o novo autarca do PS toma posse o projecto avança a toda a velocidade. Eu debrucei-me sobre este assunto com algum cuidado.
Por último, este caso das escutas, mas a que poderíamos juntar o e-mail colocado oportunamente durante a campanha eleitoral no Diário de Notícias, mostra um PS e um primeiro-ministro disposto a tudo para poder ganhar eleições. É evidente que este é o meu ponto de vista que resulta da apreciação da realidade. Quem acredita em José Sócrates e na sua equipa política tem alguma dificuldade em fazer esta apreciação. Achará que há sempre uma manobra por detrás disto. Nestes termos é sempre muito difícil travar uma discussão sobre o assunto
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