Ontem foi apresentado com pompa e circunstância o programa do PS para governar Portugal nos próximos quatro anos. Não me vou referir às promessas, porque essas devem ter o mesmo destino que tiveram as anteriores, o caixote de lixo. Vou falar de política, tal como nos meus posts anteriores. Pois o tempo é dos confrontos políticos e da luta ideológica, não dos fait-divers.
A apresentação do programa de Governo teve, que me apercebesse pelas notícias dos media, dois protagonistas distintos, António Vitorino e José Sócrates, passando pela intervenção de uns independentes que só serviram para compor o ramalhete.
António Vitorino deu o tom. Segundo o Público o programa é ao centro, e deu exemplos, no entanto, o seu coordenador teve o cuidado de se referir que o “programa é da esquerda moderna e plural”. Quanto à esquerda moderna parece-me que estamos conversados, as opções neo-liberais tomadas desde o início pelo Governo Sócrates fazem pensar que em vez de ser moderna, é um regresso ao passado, à exploração do trabalho, sem regra nem princípios, veja-se a Lei Laboral anteriormente aprovada. Quanto a ser plural, não é por incluir nas listas um ex-bloquista, que se transformou em recém-convertido à "modernização" socratista, e uma realizadora e actriz de cinema, que passam a ser plurais. Do Manuel Alegre nem sombra, qual fantasma pairando sobre esta esquerda plural.
A António Vitorino foi também entregue o trabalho sujo de atacar a esquerda, à esquerda do PS, afirmando que existem “soluções à esquerda, mas que não passam pelo imobilismo, nem por modelos do passado, por muito pós-modernas que sejam as roupagens com que os querem vestir”. Só faltou voltar a afirmar que o PS não se mistura com os radicais e extremistas do Bloco e do PCP. As “soluções à esquerda” já nem passam pela aliança entre o PS-I, o de Sócrates, com o PS-II, o de Manuel Alegre, é de Sócrates consigo próprio.
A Sócrates foi atribuído o ataque à Dr.ª Manuela Ferreira Leite. Muita energia, muita “bota-abaixismo”, como gosta de dizer o nosso primeiro, muita crítica. Vamos a ver se em Setembro não tem que engolir tudo o que disse, a bem da estabilidade governativa, como quer o Cavaco e como os patrões anseiam, e formar um Governo de bloco central.
Mas para dar também o tom, Sócrates classificou o programa de “progressista”, empregando uma expressão que há tempos Miguel Urbano Rodrigues, a propósito de outro assunto, considerava mais apropriada do que de esquerda.
Estamos pois numa época das grandes piscadelas de olho à esquerda, mas à esquerda inócua, que não dá trabalho, não obriga a cumprir compromissos, nem vai exigir no Parlamento que estes se concretizem, daí a aliança que eu referi de Sócrates consigo próprio e, quando o país o exigir, com aqueles com quem sempre teve vocação de governar, os interesses instalados.
Quem ainda tentar descortinar qualquer solução à esquerda com este PS de Sócrates que se desengane. Os dados estão lançados. As rupturas que não se fizeram no devido tempo, não são agora, em época de apertos, que se vão fazer. Sócrates com muitos floreados de esquerda e com alguns, muito poucos, convertidos ao encanto do líder, irá continuar o seu caminho. E diga-se de passagem para quem perdeu as eleições europeias, está a reagir bem. O programa da outra esquerda será de fortalecer a alternativa, congregar os descontentes e propor soluções que não passem pelo passado.
A apresentação do programa de Governo teve, que me apercebesse pelas notícias dos media, dois protagonistas distintos, António Vitorino e José Sócrates, passando pela intervenção de uns independentes que só serviram para compor o ramalhete.
António Vitorino deu o tom. Segundo o Público o programa é ao centro, e deu exemplos, no entanto, o seu coordenador teve o cuidado de se referir que o “programa é da esquerda moderna e plural”. Quanto à esquerda moderna parece-me que estamos conversados, as opções neo-liberais tomadas desde o início pelo Governo Sócrates fazem pensar que em vez de ser moderna, é um regresso ao passado, à exploração do trabalho, sem regra nem princípios, veja-se a Lei Laboral anteriormente aprovada. Quanto a ser plural, não é por incluir nas listas um ex-bloquista, que se transformou em recém-convertido à "modernização" socratista, e uma realizadora e actriz de cinema, que passam a ser plurais. Do Manuel Alegre nem sombra, qual fantasma pairando sobre esta esquerda plural.
A António Vitorino foi também entregue o trabalho sujo de atacar a esquerda, à esquerda do PS, afirmando que existem “soluções à esquerda, mas que não passam pelo imobilismo, nem por modelos do passado, por muito pós-modernas que sejam as roupagens com que os querem vestir”. Só faltou voltar a afirmar que o PS não se mistura com os radicais e extremistas do Bloco e do PCP. As “soluções à esquerda” já nem passam pela aliança entre o PS-I, o de Sócrates, com o PS-II, o de Manuel Alegre, é de Sócrates consigo próprio.
A Sócrates foi atribuído o ataque à Dr.ª Manuela Ferreira Leite. Muita energia, muita “bota-abaixismo”, como gosta de dizer o nosso primeiro, muita crítica. Vamos a ver se em Setembro não tem que engolir tudo o que disse, a bem da estabilidade governativa, como quer o Cavaco e como os patrões anseiam, e formar um Governo de bloco central.
Mas para dar também o tom, Sócrates classificou o programa de “progressista”, empregando uma expressão que há tempos Miguel Urbano Rodrigues, a propósito de outro assunto, considerava mais apropriada do que de esquerda.
Estamos pois numa época das grandes piscadelas de olho à esquerda, mas à esquerda inócua, que não dá trabalho, não obriga a cumprir compromissos, nem vai exigir no Parlamento que estes se concretizem, daí a aliança que eu referi de Sócrates consigo próprio e, quando o país o exigir, com aqueles com quem sempre teve vocação de governar, os interesses instalados.
Quem ainda tentar descortinar qualquer solução à esquerda com este PS de Sócrates que se desengane. Os dados estão lançados. As rupturas que não se fizeram no devido tempo, não são agora, em época de apertos, que se vão fazer. Sócrates com muitos floreados de esquerda e com alguns, muito poucos, convertidos ao encanto do líder, irá continuar o seu caminho. E diga-se de passagem para quem perdeu as eleições europeias, está a reagir bem. O programa da outra esquerda será de fortalecer a alternativa, congregar os descontentes e propor soluções que não passem pelo passado.
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