A história que vou contar passou-se no Público, mas nada impedia que se tivesse passado noutro jornal qualquer
O Público, do dia 27, relata, pela pena de São José Almeida, que as Esquerdas organizam-se em debates como alternativa à criação de um novo partido político.
Logo de início afirma: “aparentemente sem que haja vontade suficiente e consequente para que apareça um novo partido político à esquerda, várias personalidades com filiação partidária no PS, no PCP e no BE envolvem-se em debates e iniciativas públicas para buscar respostas para a crise social e económica.” Já se sabe que depois, no resto do artigo, nada permite que se retire a conclusão porque é que não há vontade politica para criar um novo partido político. Mas isso pouco interessa para quem tem como objectivo especular sobre a esquerda e permitir assim aos leitores do jornal terem a sensação de estarem bem informados.
Mas isto é o menos importante, apesar de ter servido de título ao artigo, o principal é ter juntado no mesmo corpo da notícia três debates que nada têm de comum, a não ser serem protagonizados por gente da esquerda.
Um dos citados, e o mais disparatado no âmbito da notícia, foi a apresentação do livro de Celso Cruzeiro, A Nova Esquerda, como mais um debate relacionado com os outros dois. Se um autor junta, para lançamento do seu livro, e eu penso até que foi mais por pressão da editora, três personalidades de vários quadrantes da esquerda portuguesa. Neste caso Francisco Louçã, Paulo Fidalgo, que não é nomeado – não dá prestígio à notícia – e Paulo Pedroso, que foi defendido pelo advogado, autor do livro, aí temos a esquerda em debate, como alternativa à criação de um novo partido. Joana Lopes, no seu blog, já tinha denunciado as notícias completamente disparatadas que tinham a aparecido sobre este lançamento.
Depois temos o fórum, na Aula Magna, em Lisboa, no dia 14, sobre Democracia e serviços públicos, organizado pelos mesmos que participaram na festa-sessão do Trindade. Esta realização merece, de facto, destaque especial, dado que junta, como já tinha sucedido anteriormente, a esquerda do PS (Manuel Alegre), o Bloco de Esquerda, Renovadores Comunistas e independentes, contando com a participação de Carvalho da Silva, esta sim a novidade, a dirigir a mesa sobre o Trabalho.
Por último, temos uma iniciativa de um grupo que se designa por Ideias de Esquerda e que resolveu há já bastante tempo, e antes de ser conhecida a iniciativa da Aula Magna, promover um debate plural sobre o tema Crise, oportunidade de viragem. Para onde queremos ir?, que junta, ou juntava, Jorge Sampaio, António José Seguro, Carlos Carvalhas, e o economista do blog Ladrões de Bicicletas, Ricardo Pais Mamede. Esta iniciativa tem lugar a 15, no Hotel Zurique, também em Lisboa.
Só por mera coincidência é que todas estas iniciativas acontecem num curto espaço de tempo. Mas a sua origem é bastante diferente. Era isto que uma jornalista séria e não desejosa de especular deveria ter dito. Poderia até entrevistar os responsáveis pela organização do Hotel Zurique e saber quem são e o que pretendem com aquela iniciativa. Já se sabe isso daria muito trabalho e não permitiria tanto fogo de vista.
Perante esta notícia, Carlos Carvalhas recusa participar, não fosse alguém pensar que ao debater com personalidades tão insuspeitas como Jorge Sampaio ou António Seguro, estivesse na Aula Magna a discursar juntamente com Manuel Alegre ou Manuel Carvalho da Silva. Mas as acções ficam com quem as pratica.
Para agravar este disparate pegado, o Público, de 29, pela pena, com certeza de uma estagiária(o), que assina LA, escreve este mimo, “Carlos Carvalhas, ? secretário-geral da CGTP ?, já não vai ao debate, de 14 de Dezembro, em que estaria lado a lado com Manuel Alegre (PS) e Ana Drago (BE). A informação foi ontem prestada em comunicado pelo Gabinete de Imprensa do PCP. Justificação: "não participará nesse debate, para o qual foi convidado, em circunstâncias e num quadro bem diferente daquele a que agora se procura associá-lo."Nota do PCP cita a notícia do PÚBLICO da passada quinta-feira em que é afirmado que "esquerdas organizam-se em debate como alternativa à criação de um novo partido". A notícia, diz o PCP "dá conta do chamado Fórum da Nova Esquerda, no âmbito da qual se associava a participação de Carlos Carvalhas num debate sobre a crise mundial", daí que o PCP tenha achado que o seu militante não deve participar. O debate em causa vem na sequência do encontro de Junho, no Teatro da Trindade, que juntou Alegre, dirigentes do BE e outras pessoas de esquerda. O PCP não se associou a este encontro.”
É a trafulhice completa, que revela a incompetência e a ignorância de um(a) estagiária(o) e de quem, ao menos, devia ler o que ela(e) escreveu. Podemos dizer que nunca em tão pouco espaço se disseram tantas mentiras. Estou curioso para ver se a notícia é desmentida na rubrica “O Público errou”.
Assim vai a nossa imprensa dita de referência.
PS.: Já este post estava redigido quando vi o do Vítor Dias, em O Tempo das Cerejas. O assunto é o mesmo, a denúncia de um jornalismo trapalhão, simplesmente os objectivos são diferentes. Enquanto que eu critico as notícias do Público, Vítor Dias, sem esquecer isso e até atribui um nome ao responsável, tenta defender o seu camarada Carlos Carvalhas, que alegando intenções ocultas, desmarca um compromisso já assumido. Vítor Dias no seu post junta tudo, jornalismo trapalhão e políticos oportunistas, que, feitos uns com os outros, pretendem confundir a opinião pública. Gente séria e honesta só Vítor Dias e os seus amigos do PCP.
E a propósito de gente séria, veja-se mais uma das tradicionais bicadas do Vítor Dias, que no seu blog, O Tempo das Cerejas, fala que o Esquerda.net indica como promotores do Fórum Manuel Alegre e Carvalho da Silva, e que não estariam na lista aí publicada. Esqueceu-se foi de dizer que o Esquerda.net fala em “promotores e participantes” o que é bem diferente da piadinha que faz.
Depois de ouvir o discurso de Jerónimo de Sousa sobre Manuel Alegre e o Bloco de Esquerda, que Vítor Dias subscreve de certeza, fico com a ideia clara de que com este PCP, sectário e autista, não se pode ir a parte nenhuma.
O Público, do dia 27, relata, pela pena de São José Almeida, que as Esquerdas organizam-se em debates como alternativa à criação de um novo partido político.
Logo de início afirma: “aparentemente sem que haja vontade suficiente e consequente para que apareça um novo partido político à esquerda, várias personalidades com filiação partidária no PS, no PCP e no BE envolvem-se em debates e iniciativas públicas para buscar respostas para a crise social e económica.” Já se sabe que depois, no resto do artigo, nada permite que se retire a conclusão porque é que não há vontade politica para criar um novo partido político. Mas isso pouco interessa para quem tem como objectivo especular sobre a esquerda e permitir assim aos leitores do jornal terem a sensação de estarem bem informados.
Mas isto é o menos importante, apesar de ter servido de título ao artigo, o principal é ter juntado no mesmo corpo da notícia três debates que nada têm de comum, a não ser serem protagonizados por gente da esquerda.
Um dos citados, e o mais disparatado no âmbito da notícia, foi a apresentação do livro de Celso Cruzeiro, A Nova Esquerda, como mais um debate relacionado com os outros dois. Se um autor junta, para lançamento do seu livro, e eu penso até que foi mais por pressão da editora, três personalidades de vários quadrantes da esquerda portuguesa. Neste caso Francisco Louçã, Paulo Fidalgo, que não é nomeado – não dá prestígio à notícia – e Paulo Pedroso, que foi defendido pelo advogado, autor do livro, aí temos a esquerda em debate, como alternativa à criação de um novo partido. Joana Lopes, no seu blog, já tinha denunciado as notícias completamente disparatadas que tinham a aparecido sobre este lançamento.
Depois temos o fórum, na Aula Magna, em Lisboa, no dia 14, sobre Democracia e serviços públicos, organizado pelos mesmos que participaram na festa-sessão do Trindade. Esta realização merece, de facto, destaque especial, dado que junta, como já tinha sucedido anteriormente, a esquerda do PS (Manuel Alegre), o Bloco de Esquerda, Renovadores Comunistas e independentes, contando com a participação de Carvalho da Silva, esta sim a novidade, a dirigir a mesa sobre o Trabalho.
Por último, temos uma iniciativa de um grupo que se designa por Ideias de Esquerda e que resolveu há já bastante tempo, e antes de ser conhecida a iniciativa da Aula Magna, promover um debate plural sobre o tema Crise, oportunidade de viragem. Para onde queremos ir?, que junta, ou juntava, Jorge Sampaio, António José Seguro, Carlos Carvalhas, e o economista do blog Ladrões de Bicicletas, Ricardo Pais Mamede. Esta iniciativa tem lugar a 15, no Hotel Zurique, também em Lisboa.
Só por mera coincidência é que todas estas iniciativas acontecem num curto espaço de tempo. Mas a sua origem é bastante diferente. Era isto que uma jornalista séria e não desejosa de especular deveria ter dito. Poderia até entrevistar os responsáveis pela organização do Hotel Zurique e saber quem são e o que pretendem com aquela iniciativa. Já se sabe isso daria muito trabalho e não permitiria tanto fogo de vista.
Perante esta notícia, Carlos Carvalhas recusa participar, não fosse alguém pensar que ao debater com personalidades tão insuspeitas como Jorge Sampaio ou António Seguro, estivesse na Aula Magna a discursar juntamente com Manuel Alegre ou Manuel Carvalho da Silva. Mas as acções ficam com quem as pratica.
Para agravar este disparate pegado, o Público, de 29, pela pena, com certeza de uma estagiária(o), que assina LA, escreve este mimo, “Carlos Carvalhas, ? secretário-geral da CGTP ?, já não vai ao debate, de 14 de Dezembro, em que estaria lado a lado com Manuel Alegre (PS) e Ana Drago (BE). A informação foi ontem prestada em comunicado pelo Gabinete de Imprensa do PCP. Justificação: "não participará nesse debate, para o qual foi convidado, em circunstâncias e num quadro bem diferente daquele a que agora se procura associá-lo."Nota do PCP cita a notícia do PÚBLICO da passada quinta-feira em que é afirmado que "esquerdas organizam-se em debate como alternativa à criação de um novo partido". A notícia, diz o PCP "dá conta do chamado Fórum da Nova Esquerda, no âmbito da qual se associava a participação de Carlos Carvalhas num debate sobre a crise mundial", daí que o PCP tenha achado que o seu militante não deve participar. O debate em causa vem na sequência do encontro de Junho, no Teatro da Trindade, que juntou Alegre, dirigentes do BE e outras pessoas de esquerda. O PCP não se associou a este encontro.”
É a trafulhice completa, que revela a incompetência e a ignorância de um(a) estagiária(o) e de quem, ao menos, devia ler o que ela(e) escreveu. Podemos dizer que nunca em tão pouco espaço se disseram tantas mentiras. Estou curioso para ver se a notícia é desmentida na rubrica “O Público errou”.
Assim vai a nossa imprensa dita de referência.
PS.: Já este post estava redigido quando vi o do Vítor Dias, em O Tempo das Cerejas. O assunto é o mesmo, a denúncia de um jornalismo trapalhão, simplesmente os objectivos são diferentes. Enquanto que eu critico as notícias do Público, Vítor Dias, sem esquecer isso e até atribui um nome ao responsável, tenta defender o seu camarada Carlos Carvalhas, que alegando intenções ocultas, desmarca um compromisso já assumido. Vítor Dias no seu post junta tudo, jornalismo trapalhão e políticos oportunistas, que, feitos uns com os outros, pretendem confundir a opinião pública. Gente séria e honesta só Vítor Dias e os seus amigos do PCP.
E a propósito de gente séria, veja-se mais uma das tradicionais bicadas do Vítor Dias, que no seu blog, O Tempo das Cerejas, fala que o Esquerda.net indica como promotores do Fórum Manuel Alegre e Carvalho da Silva, e que não estariam na lista aí publicada. Esqueceu-se foi de dizer que o Esquerda.net fala em “promotores e participantes” o que é bem diferente da piadinha que faz.
Depois de ouvir o discurso de Jerónimo de Sousa sobre Manuel Alegre e o Bloco de Esquerda, que Vítor Dias subscreve de certeza, fico com a ideia clara de que com este PCP, sectário e autista, não se pode ir a parte nenhuma.
3 comentários:
Caro Nascimento Fernandes:
Limitando-me à parte final do seu post, informo:
1. que o «participantes» foi uma emenda feita pelo esquerda.net depois domeu post.
2. que o esquerda.net faz um link para a lista dos promotores da iniciativa de 14 e consultando-a verifica-se ser inteiramente verdade o que afirmei: «O esquerda.net fornece um link para a lista dos promotores da iniciativa. Da lista de promotores não consta nem o nome de Carvalho da Silva nem, coisa bem mais estranha, o de Manuel Alegre».
3. Se tem dúvidas, perdoe a ocupação do espaço mas aguente o«copy-paste» da lista:
Comissão promotora do Fórum 14 de Dezembro
1 Abel Macedo, Presidente Sindicato Professores do Norte
2 Abílio Hernandez, Professor Universitário
3 Albano Silva, Professor
4 Ana Aleixo, médica
5 Ana Drago, Deputada
6 André Freire, Sociólogo
7 António Avelãs, Presidente Sindicato Professores da Grande Lisboa
8 António Eloy, Professor
9 António Nunes Diogo, Médico
10 António Sérgio Pessoa, Engenheiro
11 Carlos Brito, Ex-Deputado; Resistente
12 Carolina Tito Morais Médica, Fundadora do PS
13 Cecília Honório, Professora
14 Cipriano Justo, Professor Universitário
15 Domingos Lopes, Advogado
16 Edmundo Pedro, Ex-Deputado; Resistente
17 Elísio Estanque, Professor Universitário
18 Eugénia Alho, Deputada
19 Fernando Nunes da Silva, Professor universitário
20 Fernando Vicente, engenheiro
21 Francisco Louçã, deputado
22 Helena Roseta, Arquitecta; Vereadora em Lisboa
23 Henrique de Sousa, Director de Serviço
24 Isabel Allegro de Magalhães, Professora Universitária
25 João Correia, Advogado
26 João Rodrigues, Economista
27 João Teixeira Lopes, Sociólogo
28 Jorge Bateira, Investigador
29 Jorge Ginja, Médico
30 Jorge Leite, Professor Universitário
1
31 Jorge Martins, Professor
32 José Aranda da Silva, Farmacêutico; ex-Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos
33 José Castro Caldas, Economista
34 José Luís Cardoso, Advogado; Capitão de Abril
35 José Manuel Mendes, Escritor
36 José Neves, Aposentado; Fundador do PS
37 José Reis, Professor
38 Júlia Caré, Deputada
39 Luís Fazenda, Deputado
40 Luís Moita, Professor Universitário
41 Luís Novais Tito, Engenheiro
42 Manuel A. Correia da Cunha, Médico
43 Manuel Carlos Silva, sociólogo
44 Manuel Correia Fernandes, Professor Universitário
45 Maria do Rosário Gama, Professora
46 Maria José Gama, Aposentada
47 Maria Teresa Portugal, Deputada
48 Mário de Carvalho, Escritor
49 Mário Jorge Neves, Médico; Dirigente Sindical
50 Nelson de Matos, Editor
51 Nuno Cruz David, Professor Universitário
52 Paulo Fidalgo, Médico
53 Paulo Jacinto, Profissional de Escritório
54 Paulo Peixoto, Professor Universitário
55 Paulo Sucena, Professor; Ex-dirigente Fenprof
56 Teresa Rita Lopes, Professora Universitária
57 Teresa Sá e Melo, Investigadora
Quanto à lista da Comissão Promotora já a conhecia, pois tinha sido eu que a introduzi no site da Renovação Comunista. Quanto ao esquerda-net, depois da sua bicada, ter acrescentado “participantes”, só prova que, tal como o Público vem hoje corrigir a notícia trapalhona que deu ontem, também o esquerda.net pode corrigir a informação que prestou. O que só mostra que está atento às suas bicadas. A partir do momento em que está escrito “promotores e participantes” toda a sua argumentação cai por terra.
Oh Jorge Nascimento Fernandes:
Isto não interessa nada, mas francamente você que não só sabe ler como é muito inteligente, como é que pode dizer que a minha argumentação (argumentação ? ou simples brincadeira ?)cai por terra quando se confirma pela lista que o Manuel Alegre dela não faz parte.
Então não é esquisito que a figura de maior proa desta «agregação» não pertença à Comissão Promotora ?.
Podiam muito bem dizer que é um lapso. Se não dizem, fica uma suspeita pior : a de que Alegre seria «grande», «proeminente» e «destacado» de mais para figurar ao lado de mais umas dezenas na Comissão Promotora.
Espero que isto nunca seja confessado.
Porque seria tratar - ofensivamente, acrescento eu, em defesa da dignidade dessas pessoas - os nomes da Comissão Promotora como «vassalos» de um «rei» republicano.
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