Com esta crise, aqui envio uma receita barata para comer lagosta à “moda” da TROIKA!!!
Escusam de agradecer…:-
Arte checa
Há 6 horas
Blog sobre política, actualidade nacional e internacional, história contemporânea e do movimento comunista, marxismo, Ex-URSS e muitas outras coisas que se verão. Notícias bibliográficas e referências à história do cinema, por vezes ao cine-clubismo. Estados de alma e crítica de costumes. Tudo o que for oportuno para desmascarar as ideias dominantes.
A propósito da publicação do livro de Mário Soares, Um Político Assume-se, que mereceu uma referência crítica da minha parte, e dos comentários de alguns leitores sobre o posicionamento político do PS, resolvi reler o livro de Rui Mateus, Contos Proibidos, Memórias de um PS Desconhecido (Publicações Dom Quixote, 1996).
Ontem depois do ver o Telejornal da RTP, cerca das nove horas da noite, mudei de canal porque o programa seguinte era uma reportagem sobre a reacção de ex-soldados, na acualidade, às mensagens que anteriormente tinham enviado, durante a Guerra Colonial, para os seus familiares que estavam na Metrópole e que terminavam invariavelmente com o “adeus, até ao meu regresso”. Pensei que era um programa revivalista das grandezas do Império e da sua perda. Não se falava em Guerra Colonial, mas do Ultramar.
Tudo o que vou escrever já se pode encontrar nos meus dois posts anteriores sobre a Greve Geral, mas como gosto que os temas fiquem esclarecidos, ou seja, sou picuinhas, não me irei eximir de mais uma vez voltar ao assunto.
No Telejornal de sexta-feira, 25 de Novembro, são recolhidas as declarações do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e mostrada parte do vídeo que circulou na Internet relativa à agressão a um cidadão que, segundo informação da polícia, era alemão e procurado pela Interpol. José Rodrigues dos Santos, naquele tom agressivo que vulgarmente costuma usar, começa assim por desvalorizar o agredido: o que vale um alemão, ainda por cima a monte. A seguir temos a opinião do Comissário da polícia que descreve com pormenores terríficos a agressão de que tinha sido vítima, momentos antes, um polícia, justificando a agressão ao cidadão alemão, já caído no chão, como proporcional à agressão de que tinha sido vítima o polícia.
A minha saúde já não me permite ir a manifestações, por isso entretenho-me em casa a vê-las pela TV.
Advogados e comentadores juntaram-se à compita para denunciar a violação de um dos mais elementares dos direitos humanos que é a preservação da imagem e do bom-nome. Condenavam, portanto, o circo mediático montado à porta de Duarte Lima no momento em que lhe estavam a revistar a casa para depois o levarem preso. Segundo a expressão elegante do bastonário da Ordem dos Advogados alguém, da Procuradoria ou da Judiciária, tinha “bufado” cá para fora que, no dia a seguir, se iria prender tal personagem e logo de madrugada os jornalistas e fotógrafos se puseram de plantão à porta da sua casa para assistir à dita prisão.
Ontem, na Quadratura do Círculo, da SIC Notícias, Pacheco Pereira protestou contra as declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, em que esta dizia que não gostava de ver militares fardados a manifestarem-se e que devia a haver um golpe de Estado militar se fossem ultrapassados certos limites. Acrescentava de seguida que presentemente era muito mais fácil fazê-lo já que havia menos quartéis. Pacheco Pereira, como sempre, indignou-se com os media que foram ouvir as declarações de Otelo e as reproduziram, afirmando, e com verdade, que se fosse alguém diferente do Otelo a fazer aquele apelo, nenhum órgão de informação se prestaria a ouvi-lo. Lobo Xavier aproveitou para acusar Otelo de ter sido chefe de um bando de assassinos, o que é verdade em relação às Brigadas 25 de Abril, mas, quanto, a mim, era igualmente um ajuste de contas com um dos principais responsáveis por aquela data ter acontecido e por todo o PREC subsequente.
Tem sido prática de alguma esquerda culpar o Bloco e o PCP por termos este Governo e, bem pior, este Orçamento de Estado. Aqueles partidos ao votarem, juntamente com a direita, contra o PEC IV e, sabendo que isso acarretaria a queda do Governo, não se eximiram de o fazer, sendo pois responsáveis pela tragédia actual. Já vi isto escrito, não de forma tão clara nos media, mas em comentários ou cartas que me chegam ao meu e-mail. A interpretação oficial que o PS dá da sua queda é semelhante: uma aliança espúria entre a direita e a esquerda radical.
Advertência inicial: havia neste momento assuntos nacionais e internacionais muito mais interessantes para comentar do que o artigo de Jorge Messias, A máquina da morte e a utopia, no Avante, de 27 de Outubro. No entanto, como levantou tanta celeuma na blogosfera, extravasando desta para os media nacionais, senti-me na obrigação de o comentar, já que de modo geral não concordo com a abordagem que tem sido feita.
Já em tempos escrevi um post sobre a Ascensão e queda dos self-made men, baseando-me para isso em textos do Pacheco Pereira. Considerava este articulista que o PSD era composto por militantes deste tipo e que progressivamente tinha perdido o seu apoio a favor dos dirigentes autárquicos ou dos dirigentes saídos directamente da Juventude Social-democrata, sem qualquer experiência de vida (o caso mais recente é o de Passos Coelho). Na altura tentei discutir um pouco esta descrição dos militantes e dirigentes do PSD. Neste post não irei escrever sobre isso, mas tal como na altura considerava que os exemplos de self-made men (Oliveira e Costa e Dias Loureiro) eram pouco edificantes para aquele partido, também hoje aproveito para lembrar Duarte Lima, o mais recente caso da ascensão e queda de um self-made man. Todos eles, diga-se de passagem, amigos ou colaboradores de Cavaco Silva, também ele, um exemplo de self-made man, por acaso bem infeliz e pouco edificante. Mas isto já foi discutido por mim durante a campanha presidencial.
Há tempos resolvi comentar um post Sérgio Lavos referentes a cinco filmes da vida dele, cujo título em inglês começava por uma das letras do seu apelido. Na altura achei estranho que a selecção fosse feita na base do seu nome, hoje, como já referi em post anterior sobre a Líbia, parece-me provir de alguém um pouco egocêntrico. Mas isso é o que menos importa em relação a um post recente de Lavos.
Quando no post anterior critiquei Rui Bebiano, do A Terceira Noite, escrevi que o fazia porque ele era o único, que eu tivesse lido, entre os blogs que consulto quase diariamente, que tinha escrito sobre a morte de Kadafi. Depois de redigir isto resolvi ir ver outros que estão inseridos naquela lista e descobri que a morte do ditador tinha merecido mais comentários. Um de Miguel Serras Pereira, no Vias de Facto, outro de Sérgio Lavos, no Arrastão, e outro ainda Helena Borges, no 5 dias. Qualquer deles de significado diferente e feito por pessoas de diversas origens políticas, todos da esquerda.
Talvez seja da idade, mas cada vez suporto menos, dentro da esquerda, os comunistas ortodoxos e as boas almas que estão sempre a pregar sobre a liberdade e a democracia, esquecendo-se de examinar cada caso em si e cedendo, porque são preguiçosas, à pressão mediática dos meios de informação ocidentais.
O prometido é devido. Apesar do atraso e da premência do desastre nacional remeto-vos para a segunda parte do post sobre a Guerra Civil espanhola.