10/08/2011

Ainda a saga das gravatas

Mais uma vez venho pedir desculpa aos meus leitores mais fiéis por este atraso na actualização do blog. Questões de saúde, sempre as mesmas, e a errância estival são as causas principais. Por isso, se alguns dos temas são requentados é devido a este atraso.


Comecemos por um dos que mais me indignou.

A proposta de supressão da gravata no Ministério de Assunção Cristas tem dado pano para mangas. Só no jornal diário que leio, o Público, já saíram não sei quantos artigos.

Mas comecemos pelo princípio. Depois das notícias iniciais, São José de Almeida num artigo de balanço deste Governo lá faz referência à história das gravatas, não sem acrescentar que elas são um símbolo machista (não me recordo se foram estas as palavras exactas que empregou). Tenho respeito e consideração por esta jornalista, mas ao fazer referência a esta faceta da gravata somos levados a pensar que a menina do CSD, a quem coube em sorte o Ministério da Agricultura e do Ambiente, teve qualquer preocupação anti-machista com o desaconselhamento do seu uso. Ora, como é evidente não foi isso que a motivou.

De seguida vem um grande artigo no P2, o suplemento diário do Público, com a origem etimológica do termo gravata, com a consulta de psicólogos e sociólogos, com o número dos machos que havia Ministério do Ambiente e outras questões de extrema relevância. Mas a reposta às questões principais que o tema levanta, nada

Depois a tontinha da Helena Matos escreveu um artigo onde mistura gravatas com aventais, aqui os maçónicos, referindo-se à história das secretas. Que me recorde, nada de interessante é dito a propósito de gravatas, mas achou também que devia meter a colherada neste assunto. Por último Campos e Cunha, com medo que duvidassem da sua masculinidade, vem dizer que gosta de gravatas. Que espanto!

Em todos estes artigos nenhuma resposta é dada às questões principais levantadas pelo uso da gravata no Ministério: se antes do despacho da Ministra, era obrigatório usá-la e qual a disposição regulamentar que determinava isso? Quais os funcionários, tirando o estrito número daqueles que povoam os gabinetes ministeriais, tinha deixado de a usar ou se eram muitos aqueles que a usavam anteriormente?

As minhas perguntas são sempre as mesmas, mas depois de tantos artigos e reportagens ao menos que houvesse um jornalista que tivesse a curiosidade de se interrogar sobre estas pequenas questões, que esclareciam logo se não tinha havido por parte da ministra uma pura acção de propaganda, mas isso não interessa nada a jornalistas destes novos tempos.

P.S.: Por razões da sanidade mental de todos e por até ser impossível fazer links para artigos de opinião no Público, dispenso-me dessa prática neste post.

2 comentários:

F. Penim Redondo disse...

Tens-te encontrado com o Passos Coelho na praia?

Jorge Nascimento Fernandes disse...

Penso que essa tua pergunta resulta de mera curiosidade, por saberes que ele também vai,ou ia, para a Manta Rota. Não o encontrei, até porque fui pouco à praia.
Mas ainda bem que vi o teu comentário, que me obrigou a ler o título do meu post noutro meio, o dos e-mails, e ter descoberto que tinha uma gralha. Anda em vez de ainda. Obrigado por isso.