Já em tempos escrevi um post sobre a Ascensão e queda dos self-made men, baseando-me para isso em textos do Pacheco Pereira. Considerava este articulista que o PSD era composto por militantes deste tipo e que progressivamente tinha perdido o seu apoio a favor dos dirigentes autárquicos ou dos dirigentes saídos directamente da Juventude Social-democrata, sem qualquer experiência de vida (o caso mais recente é o de Passos Coelho). Na altura tentei discutir um pouco esta descrição dos militantes e dirigentes do PSD. Neste post não irei escrever sobre isso, mas tal como na altura considerava que os exemplos de self-made men (Oliveira e Costa e Dias Loureiro) eram pouco edificantes para aquele partido, também hoje aproveito para lembrar Duarte Lima, o mais recente caso da ascensão e queda de um self-made man. Todos eles, diga-se de passagem, amigos ou colaboradores de Cavaco Silva, também ele, um exemplo de self-made man, por acaso bem infeliz e pouco edificante. Mas isto já foi discutido por mim durante a campanha presidencial.
Nada tenho quanto às pessoas que se fazem a si próprias, que não nascendo num berço de oiro ou pelo menos num de prata, foram capazes de se alcandorar a níveis de vida ou de poder muito maiores do que aqueles que a sua classe social de origem lhes reservava. Temos exemplos em Portugal que merecem algum destaque. È o caso de Bento de Jesus Caraça e José Saramago, entre os grandes intelectuais do Século XX, mas podia citar muitos outros que, devido à sua militância em partidos de esquerda, subiram para degraus nunca antes esperados, os exemplos mais recente são o de Carvalho da Silva ou de Jerónimo de Sousa, mas temos o caso mais antigo de Bento Gonçalves.
Ora estes self-made men que militam no PSD são o exemplo contrário dos casos anteriores, cresceram apoiados num partido de centro-direita, o PSD, e depois serviram-se do Estado e dos contactos que essa sua função lhes proporcionou, para enriquecerem fraudulentamente e, no caso de Duarte Lima, para matarem pela ganância do dinheiro. Matou-se por 5 milhões de euros.
Por isso, bem pode Pacheco Pereira glorificar o PSD como o partido dos self-made men, que os exemplos citados pouco contribuem para a galeria dos heróis daquela organização partidária. É evidente que o PS também tem tectos de vidro. Armando Vara é o caso mais conhecido. São partidos do arco de governação, o que permite a alguns dos seus militantes capturarem o Estado e servirem-se dele para depois subirem na vida.
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