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30/04/2011

Contra as injustiças. Mudar de Políticas


Amanhã, desfile entre o Martim Moniz e a Alameda.

31/05/2010

Festa ou luta: a Manifestação de 29 de Maio


Já se passaram quase 48 horas sobre a Manifestação de 29 de Maio e eu, num atraso injustificável, venho escrever sobre um tema que já se dissolveu na espuma dos dias.
No entanto, não quero deixar de assinalar uma discussão que perpassou entre os blogs 5 Dias (ver aqui, aqui e aqui) e o Vias de Facto (ver aqui, aqui e aqui) e que se resume, naquilo que me interessa, entre saber se a Manifestação de 29 de Maio era uma festa ou uma jornada de luta. Houve um cartaz, que eu só vi reproduzido na blogosfera, que apelava à participação num “protesto geral”, chamando-lhe “Concentração Anti-capitalista”, e que decorreria meia hora antes da manifestação da CGTP, marcada para o mesmo dia, com início no Marquês de Pombal. Este apelo, tinha como subtítulo “A crise dos poderosos é a festa dos oprimidos”. Daí, portanto, além da discussão sobre os verdadeiros objectivos daquele apelo, debatia-se igualmente se aquilo que se iria passar no Sábado era uma festa ou uma jornada de luta. José Neves, com muita graça, terminava um post no Vias de Facto assim: “Ou alguém duvida que, depois da manif, boa parte dos que estamos aqui a escrever sobre este assunto, vamos é comer uns caracóis e beber umas cervejas e festejar a "jornada de luta"? Nesse momento, é só olharem para o lado e verem não sei quantos trabalhadores a fazerem o mesmo. Talvez aí vejam quão idiota é este jogo de espelhos.”
Eu por mim, que não gosto de caracóis, terminei esta manifestação comendo uma deliciosa tosta mista, acompanhada de cerveja. Mas no passado 25 de Abril lá fui comer os tradicionais caracóis e depois banqueteei-me, com aquilo que verdadeiramente aprecio, que são as conquilhas, por sinal bem grandes.
Mas abandonando este tom, um pouco cínico, sobre o final das manifestações. Gostaria de recordar que o verdadeiro enquadramento das mesmas tem pura e simplesmente a ver com as situações concretas em que se realizam e pouco devem às discussões teóricas que se tecem à sua volta.
Vejamos, durante anos, a UGT, no 1º de Maio fazia umas festinhas anémicas ali para os lados da Torre de Belém e dizia que estava a festejar o dia do trabalhador. Depois, quando ganhou coragem, lá passou a descer a Avenida da Liberdade e parece que acrescentou que a jornada também era de luta. A CGTP respondia sempre que festejar o dia do trabalhador era lutar pela melhoria das suas condições de vida e pelos objectivos concretos que se punham em cada 1º de Maio. Esta polémica durou anos e serviu para entreter muito locutor da televisão, que regularmente lá ia fazendo a cada um dos secretários-gerais das duas Centrais a tradicional pergunta se aquele dia era de festa ou luta. Por isso, lamento, mas quando leio estas discussões vêm-me sempre à memória esta bizarra polémica que todos anos servia para tema de abertura dos telejornais. É evidente que uma manifestação com os objectivos que esta tinha constituía uma jornada de luta, mas simultaneamente, dado o carácter pacífico em que decorreu, era também uma festa. Luta, e luta dura, foram durante o fascismo, as manifestações da Oposição, quando nos arriscávamos a ficar com uns hematomas na cabeça ou nas costas ou até, em casos excepcionais, uma bala no corpo. Essas não tinham qualquer carácter de festa. Era a fúria que nos tomava quando a polícia marchava sobre nós e quando a única arma que tínhamos eram as pedras retiradas do passeio.
Suspeito que alguns que clamam pela festa estão a pensar numa boa carga policial e nuns vidros partidos, numas barricadas, como no Maio de 68. A esses, só há que apelar para se organizarem e serem capazes de arrastar as massas para esse grau de luta, não se sirvam é das manifestações dos outros, dos tais reformistas, para fazerem peito à polícia e ao poder. Não podemos, com irresponsabilidade, transformar jornadas que são de luta e combatividade, mas também de festa, em cargas policiais que afastariam milhares de trabalhadores organizados e deixariam isoladas as vanguardas "esclarecidas". Aquilo que demorou tantos anos a conquistar: a legalidade de nos podermos manifestar, não pode ser transformada em cargas policiais. Uma manifestação não é e a tomada do Palácio de Inverno e mesmo muitas nem sempre resultam na vitória das nossas exigências sociais.

03/05/2009

Três histórias do PS e uma justificação pessoal


Três acontecimentos recentes relacionados com o PS vieram sem sombra de dúvida colocar este Partido ainda mais na ribalta. Podemos dizer que teve direito a maior tempo de antena, apesar de na maioria das vezes ser pelas piores razões.

A primeira história tem a ver com o aparecimento de crianças de uma escola do primeiro ciclo de Castelo de Vide no tempo de antena do PS a fazerem publicidade ao computador Magalhães sem autorização, para esse fim, dos pais. Já se sabe que a Ministra lamentou, o Governo sacudiu a água do capote e Sócrates pede desculpa aos pais da crianças filmadas.
Estes são os acontecimentos, mas já temos a versão da produtora que realizou as filmagens, garantindo que nunca disse que era do Ministério.
A história está mal contada, parece que ninguém quer assumir as responsabilidades e que não basta um pedido de desculpas do Sócrates aos pais das crianças para se resolver o problema.
Parafraseando Vitalino Canas, que a seguir aos acontecimento do 1º de Maio com Vital Moreira, garantia que o PCP tinha criado o “caldo de cultura” responsável por aquelas manifestações de intolerância, assim, diria eu, que o PS criou com as suas permanentes acções de propaganda, misturadas com a sofreguidão com que progressivamente se vai apoderando do aparelho Estado, uma situação como a que se verificou no tempo de antena, em que já não se consegue distinguir entre o Ministério da Educação e o PS e o que é propaganda, de um documentário educativo sobre o aproveitamento útil de um computador.

A segunda história tem a ver com o interrogatório por Inspectores do Ministério da Educação a alunos e professores da Escola Secundária de Fafe que arremessaram ovos à respectiva Ministra, quando ela passou pela escola.
Manuel Alegre, e bem levantou a voz no Parlamento contra o tipo de interrogatório que estava a ser feito. O Sindicato dos inspectores veio reclamar que não se assemelhava à PIDE e que ao comparar a sua actividades com daquela polícia política se estava a banalizar esta. Sendo verdade isto, pareceu-me no entanto a reacção sindical bastante corporativa, ou seja, defensora do indefensável.
Ao proceder como tem sido relatado pela imprensa parece-me que os Inspectores estão a fomentar a delação e a tentar provar que por detrás das manifestações de estudantes está a mão tenebrosa, já não de Moscovo, mas do Sindicato dos Professores.
Ainda no tempo do fascismo, quando fui professor no Liceu de Almada, fui encarregue de fazer uma inquirição a uma aluna que tinha participado numa manifestação dos estudantes liceais em Lisboa e tinha sido presa e identificada. A PIDE ou a polícia, já não me lembro, tinham enviado uma participação para a escola para que a aluna fosse ouvida, e eu, como director da sua turma, fui encarregue de o fazer. Já se sabe que todo o inquérito foi feito no sentido de desculpar a aluna, tendo-se estabelecido grande cumplicidade entre mim e a inquirida. Hoje passados, 35 anos do 25 de Abril, Inspectores ao serviço dos interesses da Ministra do PS interrogam alunos fomentando a delação e procurando os cabecilhas ocultos da conspiração. Tristes tempos estes que vivemos.

A terceira e última história tem a ver com os assobios, os apupos e com alguns safanões de que Vital Moreira foi vítima no 1ºde Maio, na manifestação da CGTP.
Gostaria de lembrar aos mais desprevenidos que no 25 de Abril de 2007, quando subi em nome da Renovação Comunista ao palanque que estava instalado no Rossio fui assobiado, como foi o Edmundo Pedro, o representante da JS e parece que mais alguém da UGT. Portanto conheço o sectarismo, neste caso, dos meninos da Juventude Comunista. Não tenho por isso motivo para estranhar o que se passou.
Sei que este assunto percorre a blogosfera com as mais variadas opiniões. Só queria destacar, como prova do maior sectarismo, que ultrapassa o do PCP, esta prosa de uma tal Rui Pena Pires, no Canhoto, que a despropósito acusa Manuel Alegre: “Sempre pronto a denegrir como autoritários actos dos seus adversários políticos, parece conviver pacificamente com a manifestação inequívoca do autoritarismo quando protagonizado por amigos de conveniência. Esclarecedor.”
Neste caso, queria também lembrar que foi Ferro Rodrigues que iniciou estes cumprimentos do PS aos dirigentes da CGTP durante a manifestação do 1º de Maio. Até é provável que todos os anos a CGTP envie um convite ao PS para estar presente, visto haver um sector daquele partido na direcção da Central. Por isso, no ano em que Ferro Rodrigues se deslocou à manifestação o significado da sua presença foi importante, reforçando na altura o desejo de unidade e de luta contra o Governo do Durão Barroso. Depois nunca mais, que eu me lembre, alguém do PS apareceu. Este ano pelos vistos Vital Moreira e Ana Gomes foram até lá. É claro que o objectivo não era fortalecer a unidade, nem a luta comum contra o Governo de Sócrates, era pura e simplesmente fazer propaganda eleitoral e aparecer na fotografia ao lado de Carvalho da Silva. Sobre isto não podemos ter dúvidas.
Vítor Dias lembra, e bem, que na véspera saiu uma notícia no Público a indicar que a delegação do PS se encontraria com a CGTP no Rossio, e não na praça da Figueira, às 14h30. Confirmou depois que esta notícia provinha do próprio PS. O que levou Vital Moreira a mudar o lugar do encontro, não sabemos.
Conhecemos bem na vida política nacional e internacional o que são as provocações e o que na maioria dos casos o que pretendem. A pressa com que Vital Moreira se apoderou da situação, dizendo que já tinha a sua Marinha Grande deve-nos levar a pensar.
No entanto, apesar destas ressalvas, não tenho a mais pequena dúvida, e os meus textos sublinham bem isso, de que o PCP tem como linha política dominante um comportamento absolutamente sectário . Mas, “o caldo de cultura” de que fala Vitalino Canas está fundamentalmente a ser alimentado, não pelo PCP, mas pelas atitudes e práticas do PS, enquanto Governo, de que o Código de Trabalho é a expressão mais visível.

Para terminar, devo algumas explicações aos meus leitores. Fui avô o que dificultou por algum tempo a minha intervenção neste blog. No entanto, não é esta, neste momento, a razão do meu maior espaçamento. Durante algumas semanas terei que fazer um tratamento em Madrid. Para aqueles leitores que gozavam com as minhas lombalgias, informo que a situação é bem mais grave. Depois, darei notícias.

27/03/2009

Anúncio da "Antena 1" alternativo



Já tinha falado da versão oficial deste anúncio de propaganda à Antena 1, que punha em causa o direito à manifestação. O Bloco de Esquerda, invertendo o seu sentido, aproveitou-o para fazer um apelo à participação na manifestação do 1º de Maio.