Sempre entendi os blogs como um misto de diários íntimos, que alguns até aproveitam com grande sucesso, e de comentário político, que podem ser literários, desportivos, cinematográficos, conforme a especialidade do seu autor. Para mim deu-me para o comentário político e de quando em vez para o cinematográfico.
Por isso frequentemente alterno situações mais pessoais, com o comentário político-ideológico puro e duro.
Assim, a propósito da festa-sessão do Trindade resolvi embirrar com dois textos que apareceram na blogosfera. O primeiro era da revista Semanário, na sua versão electrónica, e o segundo de um post do Vítor Dias, do blog O Tempo das Cerejas. Poder-se-á perguntar porquê esta selecção, se tanta gente se tinha pronunciado sobre a tal festa. Quanto ao Semanário confesso que fiquei irritado com a manipulação dos factos e com a informação, evidentemente não confirmada, de que aquela intrigalhada, publicada num semanário de direita e que favorecia o PCP, tinha origem na Soeiro. Podia ter feito o mesmo que o Daniel de Oliveira, do Arrastão, desclassificando o Semanário e passado adiante.
Quanto ao Vítor Dias a minha intervenção foi motivada por uma história antiga que tinha tido com ele e que resolvi contar no post já referido. E aí misturei com a crítica política as minhas vivências pessoais, com a agravante de ter recorrido a declarações de alguém já falecido. Se uma personagem importante recorre a este tipo de dados para escrever as suas memórias, podem os herdeiros do morto protestar, mas todos concordam que são informações importantes. Como isso não se verifica comigo, só serviu para denegrir a memória de alguém que já desapareceu. Por isso, na resposta que dei ao Vítor Dias lamentei esse facto.
Concluindo, tudo somado, reparei que me tinha justificado demasiado, talvez o devesse tratar como o Tunes, do blog Água Lisa , de cujo estilo e conteúdo discordo, que mesmo depois de ter sido citado oportunamente pelo Vítor Dias lhe continua a chamar “veterano estalinista”. Mas mesmo assim optei por outro caminho, mais consentâneo com a minha maneira de ser.
Qual foi o resultado desta minha troca de comentários com o Vítor Dias. Com o mesmo, a tentar publicar no blog do Fernando Penim Redondo, DOTeCOMe…o Blog , uma “deliberação” e uma “resolução” que foram votadas, ainda no tempo do Satana Lopes, pelo Bloco de Esquerda, na Assembleia Municipal de Lisboa. Já se sabe que antes recordou oportunamente que tinha sido companheiro do Fernando em Caxias nas vésperas do 25 de Abril.
Passado pouco tempo sobre da minha referência à qualidade do seu blog, lá estava o Vítor Dias a aproveitar-se de um texto sobre o caso da Praça das Flores, do José Neves, jovem que eu muito preso, mas que neste caso serviu às mil maravilhas para o Vítor Dias atacar o Sá Fernandes, afirmando que a “Skoda faz falta”, parafraseando o slogan de campanha daquele vereador eleito pelo Bloco de Esquerda. O que é mais interessante no seu blog é a paciência com ele responde à direita e o jeito provocador com que se vira para o Sá Fernandes. A resposta que ele dá, na secção de comentários, a alguém que pacientemente o quis esclarecer, é um mimo de hipocrisia.
Ainda a propósito da festa sessão do Trindade, e envolvendo, mesmo indirectamente, o caso anteriormente citado, tive uma trica com o meu amigo Fernando Redondo, do blog já anteriormente referido, de que eu também era colaborador. A história conta-se rapidamente, se tiverem paciência para lerem estes lamentos de um blogonauta desiludido.
O Fernando Redondo resolveu, quanto a mim desabridamente (chamou-lhe “um típico fogacho de esquerdismo oportunista”), atacar a festa sessão do Trindade. Incapaz de me ficar, até porque não sendo subscritor do apelo à sua realização, reconhecia a importância da participação conjunta das personalidades e movimentos políticos envolvidos no evento, resolvi responder e, mais do que isso, inserir no seu blog, tal com neste, um apelo à participação. Hoje estou claramente convencido que o Fernando ficou profundamente irritado, apesar de ter dito que não o “incomodava minimamente” que o publicasse, afirmou, no entanto, não estar tão certo que eu permitisse a situação inversa
O assunto não morreu, como é fácil ver pela consulta daquele blog, mas estava minimamente dentro das divergências normais entre nós os dois. Até que rebentou a referida polémica como Vítor Dias, que era, como se percebe, entre mim e o citado. Ora o Fernando recorrendo a uma expressão semelhante a uma que eu tinha utilizado numa das respostas ao Vítor Dias – eu afirmei “sejamos claros” e o Fernando, “falemos claro” –, resolve desencadear um ataque a alguns dos grupos minoritários que eram indicados pelos jornais como participantes na festa-sessão. Os pintassilguistas foram referidos, mas como toda a gente sabe, morta a sua mentora, o que hoje resta é gente que trabalhou com ela e que, por isso, ainda assim é designada. No entanto, o principal ataque era dirigido ao Movimento Renovação Comunista em que o Fernando tinha participado, tendo até votado favoravelmente a sua transformação em Associação Política. Apesar de dizer que mantinha lá um amigo, isso não o impediu de fazer graves críticas, que eu classificaria de injustas e, acima de tudo, a despropósito. Fez igualmente referência aos ataques contra esse “grande partido histórico” que é o PCP, que no post não se percebia se resultavam da festa-sesão, mas que em comentário esclareceu que se referia à atitude que por vezes tomam pessoas da RC. Esquecendo-se que foi quando ele andou na Renovação que a guerra entre renovadores e ortodoxos dentro do PCP atingiu proporções mais azedas. Hoje, exceptuando os meus artigos, que de tempos a tempos rebatem posições ideológicas do PCP e de alguns dos seus militantes, não é normal a Renovação referir-se (veja-se o seu site) ao PCP e este, mesmo no seu jornal semanal, ignora-a completamente. Tudo isto só pode ser entendido como uma pequena vingança do Fernando, que utilizou o meu debate com o Vítor Dias para, indirectamente, me encostar à parede. Já se sabe que pedi imediatamente para sair de colaborador do DOTeCOMe…o Blog.
Por isso, estas são as reflexões de um blogonauta incauto, incapaz de perceber que algumas das suas atitudes têm reacções que o próprio não prevê, e desiludido com a sua intervenção na net.
Por isso frequentemente alterno situações mais pessoais, com o comentário político-ideológico puro e duro.
Assim, a propósito da festa-sessão do Trindade resolvi embirrar com dois textos que apareceram na blogosfera. O primeiro era da revista Semanário, na sua versão electrónica, e o segundo de um post do Vítor Dias, do blog O Tempo das Cerejas. Poder-se-á perguntar porquê esta selecção, se tanta gente se tinha pronunciado sobre a tal festa. Quanto ao Semanário confesso que fiquei irritado com a manipulação dos factos e com a informação, evidentemente não confirmada, de que aquela intrigalhada, publicada num semanário de direita e que favorecia o PCP, tinha origem na Soeiro. Podia ter feito o mesmo que o Daniel de Oliveira, do Arrastão, desclassificando o Semanário e passado adiante.
Quanto ao Vítor Dias a minha intervenção foi motivada por uma história antiga que tinha tido com ele e que resolvi contar no post já referido. E aí misturei com a crítica política as minhas vivências pessoais, com a agravante de ter recorrido a declarações de alguém já falecido. Se uma personagem importante recorre a este tipo de dados para escrever as suas memórias, podem os herdeiros do morto protestar, mas todos concordam que são informações importantes. Como isso não se verifica comigo, só serviu para denegrir a memória de alguém que já desapareceu. Por isso, na resposta que dei ao Vítor Dias lamentei esse facto.
Concluindo, tudo somado, reparei que me tinha justificado demasiado, talvez o devesse tratar como o Tunes, do blog Água Lisa , de cujo estilo e conteúdo discordo, que mesmo depois de ter sido citado oportunamente pelo Vítor Dias lhe continua a chamar “veterano estalinista”. Mas mesmo assim optei por outro caminho, mais consentâneo com a minha maneira de ser.
Qual foi o resultado desta minha troca de comentários com o Vítor Dias. Com o mesmo, a tentar publicar no blog do Fernando Penim Redondo, DOTeCOMe…o Blog , uma “deliberação” e uma “resolução” que foram votadas, ainda no tempo do Satana Lopes, pelo Bloco de Esquerda, na Assembleia Municipal de Lisboa. Já se sabe que antes recordou oportunamente que tinha sido companheiro do Fernando em Caxias nas vésperas do 25 de Abril.
Passado pouco tempo sobre da minha referência à qualidade do seu blog, lá estava o Vítor Dias a aproveitar-se de um texto sobre o caso da Praça das Flores, do José Neves, jovem que eu muito preso, mas que neste caso serviu às mil maravilhas para o Vítor Dias atacar o Sá Fernandes, afirmando que a “Skoda faz falta”, parafraseando o slogan de campanha daquele vereador eleito pelo Bloco de Esquerda. O que é mais interessante no seu blog é a paciência com ele responde à direita e o jeito provocador com que se vira para o Sá Fernandes. A resposta que ele dá, na secção de comentários, a alguém que pacientemente o quis esclarecer, é um mimo de hipocrisia.
Ainda a propósito da festa sessão do Trindade, e envolvendo, mesmo indirectamente, o caso anteriormente citado, tive uma trica com o meu amigo Fernando Redondo, do blog já anteriormente referido, de que eu também era colaborador. A história conta-se rapidamente, se tiverem paciência para lerem estes lamentos de um blogonauta desiludido.
O Fernando Redondo resolveu, quanto a mim desabridamente (chamou-lhe “um típico fogacho de esquerdismo oportunista”), atacar a festa sessão do Trindade. Incapaz de me ficar, até porque não sendo subscritor do apelo à sua realização, reconhecia a importância da participação conjunta das personalidades e movimentos políticos envolvidos no evento, resolvi responder e, mais do que isso, inserir no seu blog, tal com neste, um apelo à participação. Hoje estou claramente convencido que o Fernando ficou profundamente irritado, apesar de ter dito que não o “incomodava minimamente” que o publicasse, afirmou, no entanto, não estar tão certo que eu permitisse a situação inversa
O assunto não morreu, como é fácil ver pela consulta daquele blog, mas estava minimamente dentro das divergências normais entre nós os dois. Até que rebentou a referida polémica como Vítor Dias, que era, como se percebe, entre mim e o citado. Ora o Fernando recorrendo a uma expressão semelhante a uma que eu tinha utilizado numa das respostas ao Vítor Dias – eu afirmei “sejamos claros” e o Fernando, “falemos claro” –, resolve desencadear um ataque a alguns dos grupos minoritários que eram indicados pelos jornais como participantes na festa-sessão. Os pintassilguistas foram referidos, mas como toda a gente sabe, morta a sua mentora, o que hoje resta é gente que trabalhou com ela e que, por isso, ainda assim é designada. No entanto, o principal ataque era dirigido ao Movimento Renovação Comunista em que o Fernando tinha participado, tendo até votado favoravelmente a sua transformação em Associação Política. Apesar de dizer que mantinha lá um amigo, isso não o impediu de fazer graves críticas, que eu classificaria de injustas e, acima de tudo, a despropósito. Fez igualmente referência aos ataques contra esse “grande partido histórico” que é o PCP, que no post não se percebia se resultavam da festa-sesão, mas que em comentário esclareceu que se referia à atitude que por vezes tomam pessoas da RC. Esquecendo-se que foi quando ele andou na Renovação que a guerra entre renovadores e ortodoxos dentro do PCP atingiu proporções mais azedas. Hoje, exceptuando os meus artigos, que de tempos a tempos rebatem posições ideológicas do PCP e de alguns dos seus militantes, não é normal a Renovação referir-se (veja-se o seu site) ao PCP e este, mesmo no seu jornal semanal, ignora-a completamente. Tudo isto só pode ser entendido como uma pequena vingança do Fernando, que utilizou o meu debate com o Vítor Dias para, indirectamente, me encostar à parede. Já se sabe que pedi imediatamente para sair de colaborador do DOTeCOMe…o Blog.
Por isso, estas são as reflexões de um blogonauta incauto, incapaz de perceber que algumas das suas atitudes têm reacções que o próprio não prevê, e desiludido com a sua intervenção na net.
2 comentários:
Caro Jorge, talvez tenhas que fazer um esforço para perceberes melhor as reacções que realmente os teus gestos provocam.
No que me toca posso assegurar-te que, ao contrário do que pensas, não tive qualquer acesso de irritação pelo facto de teres propagandeado a tal "festarola" no meu blogue.
Por mim podias ter continuado a fazê-lo se assim o tivesses desejado. Como sabes foste tu que revelaste desconforto com essa situação.
A minha irritação dá-se, isso sim, quando vejo usurpar a ideia da renovação da esquerda por grupos que não só não renovam nada como se servem desse trampolim.
Como bem sabes enquanto estive na RC sempre me bati pela necessidade do trabalho político inovador, a fundo, em vez da corrida às participações eleitorais às cavalitas do BE.
O que mais me moveu no caso do Trindade foi verificar que se estava a fazer aquilo que tanto se criticou ao PCP, pretensas frentes com base em aliados fictícios.
Eu sei que a tua participação pessoal na RC é bem intencionada; o que nos separa é que tu passaste do PCP para a RC mantendo a mesma lógica de funcionamento e eu recuso-me a ir cometer os mesmos erros noutro lado.
Para isso tinha permanecido no PCP.
Somos amigos há muitos anos, e continuaremos a ser, mas a verdade é que, com excepção de um curto perído na juventude, nunca mais militámos em conjunto; não me conheces verdadeiramente desse ponto de vista.
Uma coisa te posso garantir: vou continuar a lutar pela preservação do meu direito à independência de opinião, doa a quem doer.
Admito e respeito todas as discordâncias,mesmo aquelas que partem de uma certa "superioridade" que não percebo onde radica, mas nunca admitirei que ponham em causa a minha seriedade e a minha integridade.
Um abraço e não desanimes, podes continuar a contar comigo para te criticar com amizade como sempre fiz
Dizia a minha mãe quando dois amigos(as) começavam a trocar à sua frente argumentos mais vivos, que poderiam levar a zangas irremediáveis, que era melhor que falassem de casamentos. Um dia, utilizando esta sabedoria popular, resolveu recorrer a ela para interromper uma discussão entre amigos, no tempo em que ainda não havia Internet, o resultado foi que, como um deles era mal casado, resultou numa discussão ainda pior. Por isso nós em vez de falarmos de casamentos era melhor que falássemos do tempo, pois espero que aí estejamos de acordo.
Um abraço
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