Um pequeno arrivista, que por saber mover os cordelinhos dentro do PS chegou a Administrador de PT, tentou hoje no nosso Parlamento passar por mártir ao recusar-se a responder às perguntas que os deputados da Comissão de Inquérito ao Negócio TVI /PT se preparavam para lhe fazer. As razões invocadas foram de que ele próprio não se queria incriminar e por isso achava que tinha o direito de ficar calado. Isto depois de ter lido um texto introdutório em que pedia desculpa a José Sócrates por ter invocado o seu nome em vão. Onde já chegámos na sabujice.
Os deputados da Comissão de Inquérito, com a abstenção do PS, que nesta Comissão se comporta unicamente para achincalhar, decidiram levar ao conhecimento do Presidente da Assembleia da República esta recusa de Rui Pedro Soares em prestar declarações para que este notifique, de acordo com a lei que gere estas comissões, o Procurador Geral da República deste comportamento, de modo a poder instaurar ao depoente o devido processo crime por desobediência classificada.
Os deputados da Comissão de Inquérito, com a abstenção do PS, que nesta Comissão se comporta unicamente para achincalhar, decidiram levar ao conhecimento do Presidente da Assembleia da República esta recusa de Rui Pedro Soares em prestar declarações para que este notifique, de acordo com a lei que gere estas comissões, o Procurador Geral da República deste comportamento, de modo a poder instaurar ao depoente o devido processo crime por desobediência classificada.
Este episódio fez-me por momentos recordar a gloriosa luta de alguns argumentista, e não só, que na Hollywood do início da Guerra-Fria se recusaram a denunciar à Comissão de Actividades Anti-americanas, criada com funções de inquérito pela Câmara dos Representantes dos EUA, os seus companheiros que teriam opiniões próximas dos comunistas. Por esta recusa em prestar declarações à Comissão foram julgados e condenados a penas de prisão que variaram entre um ano e seis meses e ficaram com as vidas profissionais completamente destroçadas.
Esta batalha dos Dez de Hollywood, que ficará para sempre na história como um exemplo da verticalidade, só por ironia é aqui invocada, não deixando no enanto de ser uma homenagem a uma luta há muito esquecida.
A História conta-se em poucas palavras e integra-se num episódio muito mais triste e vasto que foi, no início da Guerra-Fria, a Caça às Bruxas, neste caso a homens e mulheres de esquerda, nos Estados Unidos.
Reporto-me, por facilidade de informação, à Wikipedia (versão em língua francesa): no início de 1947 diversas personalidades ligadas ao cinema e a Hollywood foram convocadas para depor na Comissão de Actividades Anti-americanas, onde lhe eram feitas perguntas do género se tinham feito parte do Partido Comunista Americano, se perfilhavam ideias comunistas ou se conheciam alguém que tivesse feito parte daquele Partido ou perfilhasse tais ideias. Depois de várias peripécias, houve dez corajosos produtores, realizadores e argumentistas que, invocando a 1º Emenda da Constituição Americana, se recusaram a responder e por isso foram acusados pelo Congresso de ultraje. Simultaneamente foram incluídos num lista negra elaborada pelas grandes companhias cinematográficas que os impedia, bem como a outros incluídos igualmente naquelas listas, de trabalharem para a indústria cinematográfica.
A lista dos dez é a seguinte: Alvah Bessie, argumentista, Herbert Biberman, argumentista e realizador, Lester Cole, argumentista, Edward Dmytryk, realizador, Ring Lardner Jr, jornalista e argumentista, John Howard Lawson, argumentista, Albert Maltz, argumentista, Samuel Ornitz, argumentista, Robert Adrian Scott, argumentista e produtor, e Dalton Trumbo, argumentista e romancista.
O processo de julgamento começa em Abril de 1948. Sendo o seu julgamento separado. A maioria foi condenada a um ano de prisão.
Houve um que traiu, foi Edward Dmytryk, que já preso pediu para ser ouvido novamente pela Comissão e delatou 26 nomes.
Em todo este grande processo houve gente sem escrúpulos que delatou e colaborou activamente com a Comissão e houve outros que se manifestaram contra esta e os posteriores julgamentos. Queria aqui lembrar os nomes de John Huston, William Wyler, Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Groucho Marx e Frank Sinatra.
Em próxima oportunidade irei desenvolver este tema e principalmente o papel desempenhado por alguns dos Dez de Hollywood na história do cinema.
Esta batalha dos Dez de Hollywood, que ficará para sempre na história como um exemplo da verticalidade, só por ironia é aqui invocada, não deixando no enanto de ser uma homenagem a uma luta há muito esquecida.
A História conta-se em poucas palavras e integra-se num episódio muito mais triste e vasto que foi, no início da Guerra-Fria, a Caça às Bruxas, neste caso a homens e mulheres de esquerda, nos Estados Unidos.
Reporto-me, por facilidade de informação, à Wikipedia (versão em língua francesa): no início de 1947 diversas personalidades ligadas ao cinema e a Hollywood foram convocadas para depor na Comissão de Actividades Anti-americanas, onde lhe eram feitas perguntas do género se tinham feito parte do Partido Comunista Americano, se perfilhavam ideias comunistas ou se conheciam alguém que tivesse feito parte daquele Partido ou perfilhasse tais ideias. Depois de várias peripécias, houve dez corajosos produtores, realizadores e argumentistas que, invocando a 1º Emenda da Constituição Americana, se recusaram a responder e por isso foram acusados pelo Congresso de ultraje. Simultaneamente foram incluídos num lista negra elaborada pelas grandes companhias cinematográficas que os impedia, bem como a outros incluídos igualmente naquelas listas, de trabalharem para a indústria cinematográfica.
A lista dos dez é a seguinte: Alvah Bessie, argumentista, Herbert Biberman, argumentista e realizador, Lester Cole, argumentista, Edward Dmytryk, realizador, Ring Lardner Jr, jornalista e argumentista, John Howard Lawson, argumentista, Albert Maltz, argumentista, Samuel Ornitz, argumentista, Robert Adrian Scott, argumentista e produtor, e Dalton Trumbo, argumentista e romancista.
O processo de julgamento começa em Abril de 1948. Sendo o seu julgamento separado. A maioria foi condenada a um ano de prisão.
Houve um que traiu, foi Edward Dmytryk, que já preso pediu para ser ouvido novamente pela Comissão e delatou 26 nomes.
Em todo este grande processo houve gente sem escrúpulos que delatou e colaborou activamente com a Comissão e houve outros que se manifestaram contra esta e os posteriores julgamentos. Queria aqui lembrar os nomes de John Huston, William Wyler, Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Groucho Marx e Frank Sinatra.
Em próxima oportunidade irei desenvolver este tema e principalmente o papel desempenhado por alguns dos Dez de Hollywood na história do cinema.
A fotografia retirada de Notícias Sapo tem não só a identificação dos Dez de Hollywood, como mais informações sobre o caso.
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